"Simbad O navegante” ancora no Paulo Roberto Lisbôa

VARIEDADES - Oslaine Silva

Data 15/06/2016
Horário 10:14
 

Espetáculo que ganhou uma série de importantes reconhecimentos do teatro infantil em 2015, incentiva a imaginação dos pequenos ao usar pedaços de bambu para representar penhascos, barcos, aves gigantes, serpentes e muito mais. À frente do palco, dois palhaços disputam espaço para contar uma das histórias mais conhecidas da obra "Mil e Uma Noites". Serão apresentadas duas sessões gratuitas, na quinta-feira, no Teatro Paulo Roberto Lisbôa, às 15h e 20h. Vale lembrar que os convites devem ser retirados no local, uma hora antes da apresentação. A apresentação integra a 12ª Mostra de Teatro.

Tal qual a rainha Sherazade, que contou belíssimas histórias para o rei Xariar durante mil e uma noites, dois palhaços contadores de histórias compartilham com o público as aventuras do marujo Simbad, aventureiro que desbravou os mares em busca de riquezas e desafios.

Rodrigo Matheus, 53 anos, ator fundador do Circo Mínimo, que também assina a dramaturgia da peça, fala que está ansioso, assim como Ronaldo Aguiar, 38 anos – palhaço, bailarino e acrobata aéreo, - a expectativa é de que muita gente possa ir até o teatro para prestigiar e viajar nessa aventura. "É sempre gostoso ter pessoas interessadas pelo teatro e o espetáculo, o mais premiado na capital paulista, como no São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem, tem tido uma aceitação maravilhosa por onde temos passado... Esperamos ver na plateia, muitos atores de teatro, de circo. Temos vontade de conhecer o pessoal do Rosa dos Ventos que é conhecido em todo o país", expõe Rodrigo.

Segundo ele, a mensagem que pretendem passar com a peça é de que é preciso ser curioso porque as histórias do Simbad representam isso. "Embora ele tenha passado por viagens aventureiras, conquistou riquezas e se tornou um sábio espiritualmente. A linguagem dos bambus recria a lenda do marinheiro Simbad onde o público tem que completar a leitura descobrindo o que estamos criando em cena ", destaca o ator.

 

Desenvolvimento da peça


De acordo com Rodrigo, para adaptar a famosa história do marujo Simbad, foi utilizada a versão de Mamede Mustafa Jarouche, pesquisador, tradutor e professor universitário da USP (Universidade da São Paulo), que fez a primeira tradução direta do clássico árabe "Mil e Uma Noites" para o português. Em sua recriação, o Circo Mínimo manteve o arquétipo peculiar de Simbad. "Ele tem uma paixão pelo desconhecido e não consegue ficar quieto. Simbad está em um lugar e, quando o dinheiro acaba ou quando está entediado, já vai para outro", comenta o ator.

Nos contos originais, Simbad é dividido por duas facetas que representam a dualidade do ser humano. Nesta adaptação, os dois personagens são palhaços contadores de histórias que pretendem encenar as aventuras vividas por ele. O personagem de Rodrigo é o tipo mais inteligente e astuto, sempre disposto a ludibriar a sua dupla. Ele quer interpretar o marujo o tempo inteiro e engana o parceiro para que ele nunca tenha a oportunidade de assumir esse papel. Assim, o palhaço feito por Ronaldo fica com a representação das bestas, selvagens e da esposa do marujo, mesmo sempre sonhando em ser o heroi, motivação que o move durante o espetáculo.

 

Bambus em cena


Além da presença cênica dos atores, o cenário chama a atenção pelos bambus em uma estrutura piramidal com quatro metros de altura baseada nas criações de Marcelo Rio Branco, que desde 1999 preside o Sistema Integral Bambu, projeto que trabalha o seu uso desde as concepções corpóreas, como o trabalho de ergonomia e equilíbrio; as psíquicas, como a simbologia da planta; e sociais, como econômica, estética e plástica.

Segundo Rodrigo, a partir de uma residência de três dias que fez com Marcelo, aprendeu a escolher, cortar, limpar, manusear e compreender como o bambu se comporta.

 

Premiações relevantes


O Circo Mínimo foi criado pelo premiado Rodrigo Matheus, em 1988, - iniciando sua pesquisa sobre a ligação entre o circo e o teatro, - com o espetáculo de mesmo nome, em parceria com Alexandre Roit e Camila Bolaffi, indicado ao prêmio Mambembe (Categoria Revelação, pela pesquisa de linguagem), no mesmo ano. De lá para cá vem preenchendo um currículo com premiações importantes com os espetáculos apresentados.

Ronaldo Aguiar, – palhaço, bailarino e acrobata aéreo convidado, ganhou o Prêmio São Paulo de melhor ator pelo trabalho em "Simbad, o Navegante". Também por essa montagem, a diretora Carla Candiotto – que acaba de receber o Prêmio Governador do Estado Para a Cultura na categoria Arte Para Crianças pelo conjunto de sua obra – faturou o Prêmio São Paulo de melhor direção.

O Prêmio São Paulo também contemplou o iluminador do espetáculo, Wagner Freire, e reconheceu a peça como a melhor do ano de 2015. Das 18 categorias, Simbad foi o grande destaque da noite, com quatro troféus. O júri dos jornais Folha de São Paulo e Estado de São Paulo também premiaram o trabalho. O primeiro nomeou Simbad como o segundo melhor espetáculo infantil de 2015. O segundo, como o melhor do ano.

 

Serviço

AOS INTERESSADOS


"Simbad, O navegante" será apresnetado nesta quinta-feira, às 15h e 20h, no Teatro Paulo Roberto Lisboa, no Centro Cultural Matarazzo. O endereço é Rua Quintino Bocaiuva, 749, Vila Marcondes, Presidente Prudente. Duração: 60 minutos. Recomendação etária: acima de 5 anos; classificação: livre. Grátis (retirada de convites no local, uma hora antes da apresentação).

 
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