O mercado imobiliário passa por um momento de aquecimento e especialistas projetam que referido cenário positivo continue no próximo ano. O bom momento é consequência de um conjunto de fatores que passam confiança para a economia e para os players do mercado imobiliário.
A Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) fez um levantamento com presidentes e diretores de 38 das maiores empresas do setor entre 23 a 30 de setembro. A pesquisa apontou que 97% dos empresários pretendem lançar projetos nos próximos 12 meses e 92% comprará terrenos, principal matéria-prima para a produção imobiliária, no período. O presidente da Abrainc, Luiz Antonio França comenta: “Temos tudo para que o crescimento seja sustentável”.
Conforme levantamento da Abrainc, do total de entrevistados, 87% informou aumento de vendas no terceiro trimestre. Entre os que atuam no programa habitacional Casa Verde e Amarela, o incremento foi de 82% e, nas empresas com foco no segmento de médio e alto padrão, a expansão foi de 90%. Em relação às expectativas de comercialização, nos próximos três meses, 68% do total avalia que haverá alta e, nos próximos 12 meses, 87% acreditam em crescimento. “O valor dos imóveis está estável mesmo com os aumentos de preços dos insumos. Tecnicamente, este é o momento para a compra”, afirma o presidente da Abrainc.
E quais fatores estimularam a expansão do mercado imobiliário? Foram muitos e a convergência deles alavancou ainda mais, podendo se mencionar desde o aspecto da pandemia e isolamento social, em que as pessoas passaram mais tempo em suas casas e houve uma valorização do ambiente familiar, fazendo com que famílias buscassem casas maiores ou reformas; assim como fomento estatal para o setor, como o Programa Casa Verde Amarela, possibilidade de usar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) na aquisição de imóvel e taxa Selic baixa. Na crise econômica que estamos passando, o mercado imobiliário está funcionando como um arrimo para economia não parar, pois com o aquecimento do setor, postos de trabalho são mantidos e em muitas vezes são criados.
A Selic em seu patamar mínimo histórico gerou um efeito cascata positivo para o mercado imobiliário, que vai desde a diminuição dos juros reais para oferta do crédito imobiliário (podendo se encontrar linhas de crédito para aquisição de imóvel a disposição de 5 a 6% ao ano no mercado) até a menor rentabilidade das aplicações financeiras remuneradas pela Selic, tornando o mercado imobiliário mais rentável ainda.
A oscilação forte na bolsa de valores é outro vetor positivo para o mercado imobiliário. Isto se deve ao fato que muitos investidores buscando maiores certezas deslocaram o capital investido em ações para o mercado imobiliário, pois a bolsa em momentos de crise e instabilidade passa por grandes oscilações e fortes emoções.
O cenário positivo vivido pelo mercado imobiliário alcança todas as regiões do Estado de São Paulo, por exemplo, no oeste paulista posso falar por conhecimento de causa, pois no Cartório em que trabalho houve um aumento nas transações imobiliárias. No Vale do Paraíba, o cenário também é de euforia, o meu marido Diogo Soares Cunha Melo é tabelião na Comarca de Cunha e assim explica: “As operações imobiliárias aumentaram significativamente. Por exemplo, na cidade em que atuo, houve uma grande procura por imóveis diante da mudança de valores causada pela pandemia. Por ser uma região turística, estrategicamente localizada e com ritmo de vida tranquilo e seguro, muitas pessoas estão se mudando para a cidade. O trabalho home office possibilita às pessoas morarem no interior e se deslocarem com menos frequência para os grandes centros”.
A opção pelo investimento no mercado imobiliário e o bom retorno desse investimento passa pela escolha de bons profissionais, que poderão analisar diversos riscos e fatores de valorização. E o atual momento é melhor para construir ou adquirir um imóvel pronto? Esse será o tema da próxima coluna.