Seguindo a mesma tendência do mês anterior, o nível de emprego no setor da indústria apresentou queda de, aproximadamente, 100 postos de trabalho em outubro deste ano. No referido mês, a partir do comparativo entre os anos de 2006 e 2017, o resultado negativo representa uma variação de -0,20%. Os dados apresentados foram apontados em pesquisa realizada pelo Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos), pertencente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e ao Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
O levantamento ainda aponta que, no ano, há um acumulado de 1,41%, o que representa um aumento de cerca de 550 postos de trabalho na diretoria regional do Ciesp, em Prudente, que abrange 65 municípios. Em contrapartida, nos últimos 12 meses, o acumulado registrado é de -5,82%, com 2,5 mil oportunidades de emprego a menos.
De acordo com a pesquisa, o nível de emprego na região analisada foi influenciado pelas variações negativas nos setores de produtos alimentícios, com queda de -0,92%, e de coque, petróleo e biocombustíveis, com -1,20%, sendo os que mais influenciaram o cálculo do indicador total da região.
Avaliação
Além desses setores, o diretor regional do Ciesp, Wadir Olivetti Júnior, aponta também o de produtos de minerais não metálicos, que, apesar de ter mantido a mesma marca durante os anos de 2016 e 2017, apresentou a marca de -34,78% nos últimos 12 meses. “Estes setores costumavam gerar bastante emprego. Os segmentos de etanol e açúcar, construção civil e alimentício, por exemplo, estão em baixa economicamente. Este mês pode ter sido bom, mas o ano acabou negativo”, analisa.
O diretor aponta que, na região de Prudente, o setor de comércio e prestação de serviço são os maiores geradores de empregos. Contudo, considera que a indústria é relevante para a geração de riquezas e distribuição de renda, assim como a agricultura, o que leva a um aumento no dinamismo da economia. “Infelizmente, estamos colecionando índices negativos. A economia do país não está reagindo, precisamos aguardar o governo tomar providências para a economia caminhar e gerar mais empregos”, considera.
A realidade apresentada no setor de coque, petróleo e biocombustíveis não é a mesma vista pelo presidente do Sindetanol (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e Fabricação de Álcool, Etanol, Bioetanol e Bicombustíveis), Milton Ribeiro Sobral. Explica que a entidade que representa se refere apenas à produção de etanol, que é apenas uma das áreas presentes no vasto setor citado. “A geração de empregos está estável na área que atuo. Não contrata, mas também não está demitindo. Único caso de demissão ocorreu na usina de Junqueirópolis, onde os trabalhos foram encerrados e em torno de 300 pessoas tiveram que parar de trabalhar. Ainda assim, foi algo bem pontual”, afirma.