Em Presidente Prudente, o varejo de material de construção encerrou o ano de 2018 com uma queda de 30% nas vendas em relação ao ano passado, mas os comerciantes entram em 2019 com uma perspectiva de crescimento de 45% na comercialização e, consequentemente, possíveis expansões nas lojas e geração de empregos. Uma pesquisa realizada pela reportagem em quatro estabelecimentos de Prudente mostrou que as vendas no setor de construção no mês de dezembro de 2018 não foram promissoras, mas seguem otimistas para este novo ano.
Segundo o proprietário da Construrocha Materiais de Construção, Gabriel Onório da Rocha, 59 anos, o mês de dezembro em 2018 registrou uma queda de 30% nas aquisições. “Acredito que as vendas devem começar a dar um salto após o carnaval, antes disso não tenho esperança”. Já Evonir Grande, 63 anos, responsável pela Três Grandi Comércio de Materiais Construção fala que além do decréscimo nas vendas também teve que reduzir a margem de lucro em 20% em relação a 2017. “A margem de lucro diminuiu no mercado e todos os estabelecimentos começaram a vender pouco e isso só acarretou em brigas por preço e competições para reduzir valores. Estamos desesperados”, enfatiza.
Já o gerente da Maxilit, Fernando Tadeu Braojos, 33 anos, pontua que apesar de dezembro e janeiro serem meses de festas e viagens, muitas pessoas procuraram adquirir os materiais de construção para garantir uma reforma. Ainda assim, para ele, as vendas devem alavancar no mês de abril, após o carnaval. “Estamos fazendo um investimento na loja, reformando todo o estabelecimento para proporcionar ao cliente um ambiente melhor, também estamos reformulando o atendimento a fim de suprir todas as necessidades”.
Por sua vez, para o proprietário da Prumat, Antônio Cesar Martins, 52 anos, dezembro veio com gosto, pois, para ele, o décimo terceiro salário ajudou nos investimentos no setor da construção civil. Apesar disso, o ano de 2018 ainda apresentou redução de 15% nos lucros sobre 2017. Com esperança, Antônio acredita que em 2019 o setor terá uma boa movimentação. “A intenção é superar 2017 e 2018”, acrescenta. O otimismo é tanto que a Prumat e a Maxilit informaram que pretendem investir ainda mais no ramo nos próximos meses e em contratar mais profissionais.
Sindicatos
Com a chegada de um ano novo, as empresas estão renovando a esperança e apostando nos investimentos em 2019. O diretor regional do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Paulo Edmundo Perego, explica que em 2018 a abertura de novos empreendimentos imobiliários enfrentou dificuldades, entretanto, na virada do ano, o ramo já deu um sinal de boas melhoras. “Os empresários estão se sentindo mais seguros para garantir um bom investimento, pois no ano anterior estávamos sem perspectivas e muitos deixaram de investir”.
De acordo com o Sinduscon, a construção civil teve uma redução de 26,5% do PIB (Produto Interno Bruto) entre os anos de 2014 e 2018, atingindo o desemprego que chegou ao fim de 2014 com menos 3,5 milhões de trabalhadores, e no final de 2018 com 2 milhões a menos de pessoas com carteira assinada empregadas no segmento.
Já o presidente do Sintracon (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil) em Presidente Prudente, Rogério Dosmão dos Santos, afirma que as vendas de varejo de materiais de construção tendem a melhorar e garantir novas contratações no setor trabalhista, tanto informal quanto formal. “Apostamos em grandes oportunidades para quem está em busca de uma vaga de emprego, com a chegada de um governo melhor”, considera.