Sérgio Mendes

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista contra o chulo e o chulé

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 10/09/2024
Horário 05:30

Com sua música alegre e contagiante, o pianista Sério Mendes conquistou o mundo. Foi um dos grandes divulgadores da bossa nova mundo afora, principalmente nos EUA. Ele morava em Los Angeles, onde morreu na última sexta-feira. Tinha 83 anos.
Sequelas da Covid e problemas respiratórios teriam sido a causa da morte desse grande brasileiro, que se destacou nas décadas de 60 e 70 do século passado. Sem dúvida alguma o seu maior sucesso foi "Mas Que Nada", de Jorge Benjor, à época conhecido como Jorge Ben.
Uma curiosidade: Jorge Ben mudou o sobrenome para Benjor por uma questão de direitos autorais. A grana que deveria ser depositada na conta bancária dele ia parar na conta do guitarrista americano, George Benson. De fato, Ben e Benson são sobrenomes bem parecidos. Para não perder o suado dinheirinho dos direitos autorais, Jorge Ben gritou "Shazam!" e transformou-se em Jorge Benjor. 
"Mas Que Nada" virou uma febre mundial assim como aconteceu muito tempo depois com "Ah, Se Eu Te Pego", do Michel Teló. Sérgio Mendes gravou canções de Tom Jobim e entre elas destaco "Samba de Uma Nota Só", que Tom compôs em parceria com Newton Mendonça, e "Água de Beber".
Se me permitem, lá vem outra curiosidade. É sobre a inspiração que Tom teve para compor este clássico da bossa nova. Ele estava em Brasília, na época em que a cidade estava sendo construída, e perguntou a um candango (peão de obra) se a água de uma mina era potável. "Água de beber", respondeu o peão. Virou música.
Sérgio Mendes também gravou músicas dos Beatles, entre elas "Day Tripper" e "The Fool On The Hill". Outro grande sucesso é a bela "The Look of Love". Tem uma canção dele que acho o maior barato. É "Magalenha". Bem diferente de tudo o que Mendes gravou. Parece um ritmo de terreiro de Umbanda. Vale a pena escutar.
Como é óbvio, "Magalenha" lembra a canção mexicana "Malagueña, grande sucesso de Miguel Aceves Mejia. No Brasil, há várias gravações, como a de Chitãozinho e Xororó. E a origem da palavra Malagueña? Claro, O Espadachim também se preocupa com esses detalhes e descobriu que a palavra está relacionada com um ritmo e um canto da região de Málaga, na Espanha.
Que eu saiba, a televisão brasileira nunca gravou um programa especial sobre a trajetória de Sérgio Mendes. Por quê? Porque falta vida inteligente na tevê. Jorge Benjor, Chico Buarque, Caetano e Gil estão todos com 80 anos. 
Ainda há tempo de homenageá-los com programas especiais, deixando tudo isso para a posteridade. Nem adianta tentar convencer algum produtor. A burrice impera na "máquina de fazer doido", que é como o Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, chamava a televisão. Salve Sérgio Mendes, de Niterói para o mundo.

DROPS

Cadê a chuva? Até uma tempestade leve seria bem-vinda.

Não é por nada não, mas, se continuar desse jeito, a Terra será um planeta inabitável.

Perguntinha: o Brasil ainda está às voltas com o X do problema?

É tão curto o amor e tão longo o esquecimento.
(Pablo Neruda, poeta chileno)

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