Às quartas-feiras, o papa faz uma audiência geral. Nesse encontro (ou na Praça ou na Aula Paulo VI, e via internet), os fiéis acompanham uma catequese. Depois da série sobre São José, Francisco tem procurado “à luz da Palavra de Deus, perscrutar o significado e o valor da velhice”. Por incompetência deste escrevinhador propor reflexões acerca do texto papal, seguirão apenas transcrições da “Catequese sobre a Velhice – 1. A graça do tempo e a aliança das idades da vida”. Segue:
Nunca nós, os idosos, fomos tão numerosos na história, mas o risco de ser vistos como “um fardo” é alto. Hoje, há dois problemas urgentes para a família humana enfrentar: a migração e a velhice. Atualmente como sempre, convivem crianças, jovens, adultos e idosos, mas perguntemo-nos: existe amizade, existe unidade entre as diferentes idades da vida ou prevalece a separação e a rejeição? Em muitas regiões, constata-se que a terceira idade forma um grande número da população, enquanto se vai reduzindo cada vez mais a infância. Existem planos de assistência, mas não um plano de existência: é uma lacuna no pensamento, imaginação e criatividade. O prolongamento da vida deve ser objeto da nossa reflexão.
A sabedoria do longo caminho que acompanha a velhice à sua despedida deve ser vivida como uma oferta de sentido para a vida, não consumida como a inércia da sua sobrevivência. Se a velhice não for restituída à dignidade de uma vida humanamente digna, está destinada a fechar-se num desânimo que rouba a todos o amor. Este desafio de humanidade e de civilização requer o nosso empenho e a ajuda de Deus.
A velhice é um presente para todas as idades da vida. É um dom de maturidade, de sabedoria. A Palavra de Deus nos ajudará a discernir o sentido e o valor da velhice; que o Espírito Santo nos conceda também os sonhos e as visões de que necessitamos. (...) O importante não é apenas que o idoso ocupe o lugar da sabedoria que tem, de história vivida na sociedade, mas também que haja um diálogo, que fale com os jovens. Os jovens devem dialogar com os idosos, e os idosos com os jovens. E esta ponte será a transmissão de sabedoria à humanidade.
Tanto na cultura familiar como na social os idosos são as raízes da árvore: têm toda a história ali, e os jovens são como as flores e os frutos... “Tudo o que a árvore tem de florescido vem do que está enterrado” (Francisco L.Bernárdez). Tudo o que uma sociedade tem de bom está relacionado com as raízes dos idosos... O ancião não é um material de descarte: é uma bênção para a sociedade.
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!