Como se não bastasse o estrago provocado pelo Aedes aegypti - só neste ano, foram confirmados mais de um milhão de casos de dengue no Brasil, sendo mais de 36,2 mil registros e 24 mortes em Presidente Prudente -, temos também o mosquito-palha, que se alimenta de sangue, e pode causar, em animais e nos humanos, a temível leishmaniose.
Por aqui, a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) confirmou, em abril, o primeiro caso de LVH (leishmaniose visceral humana) do ano. Em animais, são 99 registros em 2023. Se for contabilizar de 2013 (quando foi confirmado o primeiro caso em humanos) até agora, 15 pessoas contraíram a doença na cidade e duas morreram. Para os animais, a situação é ainda pior: não tem cura. Atualmente, o que existem são medicamentos que vão tratar e aliviar os sintomas, melhorando a expectativa de vida. Muitos, porém, ainda são sacrificados.
O que falta, infelizmente, é conscientização por parte da população que, com medidas simples, poderia se tornar a principal arma nesta luta.
Na tentativa de reverter este quadro e informar as pessoas a respeito dos perigos da doença, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), por meio da VEM e CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), promove desde segunda-feira, na cidade, a Semana de Prevenção e Combate à Leishmaniose, com diversas atividades. Os trabalhos têm o apoio da Prudenco (Companhia Prudentina de Desenvolvimento).
Roda de conversa, mutirão de recolhimento de resíduos que podem servir como criadouros do mosquito, bate-papo, visitas às residências... Tudo com um único objetivo: alertar!
Nesta quarta-feira, a programação segue com o 3º Fórum de Leishmaniose do Estado de São Paulo, do qual o município participará de forma on-line. O ponto alto da semana é amanhã, com o “Dia D” na Praça Nove de Julho. Haverá ações como panfletagem, orientação, trailer da Polícia Militar Ambiental e adoção dos animais do abrigo. A ação termina com visitas das equipes de campo no Jardim Leonor na sexta-feira e coleta e chipagem de cães no Jardim Cremonezi no sábado.
Como a única forma de constatar a doença no animal é através do exame de sangue, é primordial que todos aqueles que possuam estes bichos de estimação em casa tenham consciência e participem da ação. Mesmo que eles não apresentem os sintomas típicos, como falta de apetite, crescimento anormal das unhas e perda de pelos, não custa nada levá-los para serem avaliados. Manter a caderneta de vacinação em dia e usar coleiras apropriadas também é fundamental.
Como o mosquito-palha costuma se reproduzir em locais com muita matéria orgânica em decomposição, a população pode e deve fazer sua parte, evitando o descarte incorreto e acúmulo de lixo em casa, terrenos baldios e nos quintais.
Sem prevenção, a leishmaniose representa grande perigo à população. Prevenir é muito mais fácil. E ela pode ser feita com medidas simples, sem custo algum.