Sem paciência, irmão

Roberto Mancuzo

CRÔNICA - Roberto Mancuzo

Data 18/03/2025
Horário 06:00

Tem um dispositivo legal que é acionado quando você atinge certa idade, especialmente após os 45 anos, e ele diz respeito a não se sentir culpado por algumas atitudes, entre elas perder a paciência com coisas idiotas ou pequenas injustiças da vida. 

Tem duas semanas que eu completei 50 anos e rolaram, claro, uma certa deprê pela idade e aqueles pensamentos de como será a vida daqui para frente e blá, blá, blá. Mas teve um lance que me tocou forte: de repente eu me senti mais livre para não ser tão educado ou paciente com bobagens que acontecem ao meu lado. 

No fundo, acho até que algumas pessoas mais evoluídas que já conseguem fazer isso com bem menos idade e devem ser bem mais felizes, porque repassando aqui alguns episódios percebi que a falta de maturidade me fez ficar calado demais diante de situações que deveriam ter a minha voz como protagonista e não meu encolhimento. 

Não vou aborrecê-los com exemplos de histórias, pessoas, mas estou aqui abrindo o coração para um novo homem no quesito “não me irrite”. E olha que depois desta libertação, já fui provado diversas vezes e isso só atesta que o mundo é muito injusto e que existe muita gente por aí disposta a tirar o seu sossego mental simplesmente por existirem. Não me levem a mal com esta frase, mas você e eu sabemos que elas existem sim e são muito chatas, estragam nossa alegria, tiram a energia de qualquer cristão. 

Bem, você deve estar agora com um só pensamento: “Perder a paciência significa então se irritar e partir pata a briga com qualquer um que apareça à sua frente”. 

Então, não é bem assim e eu diria que é uma situação muito diferente e melhor. 
Não se aborrecer mais com atos que me tiram a paciência faz com que eu não engula mais sapos e também me dá muito mais liberdade para dizer o que eu penso na hora, ali mesmo no calor do momento. Sim! Sabe aquela velha história de você só encontrar uma boa resposta para uma ofensa horas depois ou tentar ser legal e não se indispor com alguém? Pois é, estou livre. E é tão bom porque não só te faz bem como também pode ser útil para muita gente que vive a mesma situação. 

Não tem muito tempo comecei a produzir conteúdo próprio na plataforma de vídeos digitais Tik Tok e entrei em uma categoria que precisa justamente de posicionamento pessoal ou não vai para frente: “comentarista geral de acontecimentos da vida cotidiana”. Claro que esta categoria não existe, eu que inventei agora, mas é com esta pegada que subi de meros 280 seguidores para 13.700 em cerca de três meses. 

Pois é, pelo que me parece, as pessoas querem ouvir o que os outros pensam sim e eu sinto que meus vídeos atingem um bom grau de utilidade pública por dizer o que muitos hoje ainda não conseguem ou não têm coragem de afirmar. O lado não tão bom disso: haters, é claro. Mas o que seria a vida sem a presença deles? Adoro os haters porque quanto mais bravos ficam comigo, mas sei que estou na linha que preciso seguir.  

Enfim, seguimos a vida, com paciência curta e maturidade em alta para viver bem! Experimente, se puder!

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