Ontem foi o prazo final para as empresas efetuarem o pagamento da segunda parcela do 13º salário. O dinheiro já é esperado pelos trabalhadores nesta época do ano que, segundo o economista Eder Canziani, aproveitam a segunda fase para compras, ao contrário da primeira parcela, que “normalmente é utilizada com contas”. Por isso, no calçadão da Rua Tenente Nicolau Maffei, em Presidente Prudente, os comerciantes já estão aguardando aumento na movimentação que, somada ao clima de festa de fim de ano, aquece as vendas. Na Jô Calçados, por exemplo, o dinheiro extra já começou a surtir efeito. De acordo com o gerente Everton da Silva Pardinho, desde quarta-feira, trabalhadores que receberam uns dias antes têm utilizado o período noturno para gastar o dinheiro extra. “A estimativa é que com isso, tenhamos um aumento nas vendas de 7% a 8% até o Natal”.
Enquanto isso, na Tanger, esses dias entre o 20 e a véspera de Natal são considerados os melhores do mês de dezembro em vendas, conforme o gerente Márcio Fidencio. De acordo com ele, desde o início do mês a movimentação é naturalmente boa. “A primeira parcela já traz um acréscimo nas vendas, mas costumamos vender 50% a mais que em outros dias de dezembro, após esse pagamento da segunda parcela”, comenta. Além disso, afirma que as vendas do mês se igualam a quatro dias comuns. “O pessoal usa bastante para presentes, aqui observamos que sai muito peças de vestuário”, relata.
Já na Rosa Amarela Modas, os reflexos do décimo terceiro ainda não foram sentidos. Conforme a gerente Isabel Cristina da Costa, a expectativa é que isso mude nos próximos dias. Porém, ainda assim, denota que “não tem do que reclamar”, já que as vendas do mês “estão superando às do ano passado e a expectativa é que atinjam até 30% a mais”. Com roupas e acessórios voltados ao público feminino, ela destaca que a maior procura são vestidos longos para serem usados nas celebrações.
Diferentes perfis
Segundo o economista, “gastar bem o décimo terceiro” vai depender do perfil de cada um, sendo assim, descarta a ideia de uma “fórmula perfeita”. No entanto, frisa que é importante saber conciliar, e fazer isso com base em um planejamento realizado no decorrer de todo o ano. “É preciso cuidar para que as dívidas não ultrapassem o limite disponível para pagá-las. É comum pessoas que gastam mais do que ganham, mas se houver uma preocupação quanto a isso, no fim do ano é possível comprar e pagar o necessário sem problemas”, frisa.
Porém, ainda assim, Eder ressalta que existem as pessoas mais conservadoras e focadas prioritariamente na quitação de dívidas. Nesses casos, aconselha a destinar toda a quantia necessária para começar o ano no “azul”. “Mas se a preferência for compra de fim de ano, é importante que as pessoas façam isso sem peso na consciência, porque estão gastando com momentos ao lado da família e cultivando lembranças felizes. Temos que ter esse momento para aproveitar a vida também”, expõe.
Outro destino
Ainda dentro dos perfis destacados pelo especialista, existem aqueles que não precisam do dinheiro do 13º, seja por não possuírem dívidas, ou não desejarem realizar uma compra. Nessas situações, Eder denota que o mais indicado é fazer uma aplicação do dinheiro em poupança. “Deixar como uma reserva para futuras necessidades ou imprevistos, assim se evitam gastos desnecessários e promove certa segurança financeira”, ressalta.
No geral, o economista classifica o dinheiro extra como um reconhecimento necessário da luta de trabalhadores durante 365 dias do ano. Sendo assim, orienta que a melhor forma de usufruir disso é aproveitando a vida ao lado das pessoas que estiveram caminhando nessa trajetória. “Deve haver planejamento, claro, mas, acima de tudo, viver com felicidade. A vida não tem outro sentido se não esse”, pontua.