Quando inicia cada um dos espetáculos, ouve-se sob a lona do Circo Dioni as seguintes palavras do narrador: “Embalados pelo delirante show, no maior espetáculo da Terra! Enquanto existir o sorriso de uma criança, o circo jamais morrerá!”. É verdade que, com a pandemia da Covid-19, muitos sorrisos foram trocados por rostos preocupados, até mesmo dos circenses que viram a bilheteria, fonte de seu sustento, minar. Mas Dário Rombi e sua família, por intermédio da Secult (Secretaria de Cultura de Presidente Prudente), pretendem hoje, às 20h, durante live no facebook da Secult, devolver o sorriso aos lábios dos jovens e adultos.
O Circo Dioni apresentará, pela primeira vez frente às câmeras ao vivo e sem plateia, um espetáculo adaptado às condições. De acordo com o circense Dário, o foco da apresentação será nos teatros muito bem-humorados que já são marca da companhia, visto que, sendo nas dependências do Centro Cultural Matarazzo, não será possível transmitir atrações que dependam de grandes estruturas como trapézio e globo da morte. “A gente não vê a hora de se apresentar, vamos nos doar ao máximo”, pontua.
O secretário municipal de Cultura, Paulo Silvio Sanches, afirma que uma das classes prejudicadas pela pandemia são a dos artistas, entre eles, os circenses. A intensão da Secult, ao propor essas lives, é, além de levar alegria à população, prestar apoio aos profissionais da cultura por meio de um “couvert artístico”, com valor que varia conforme o alcance de público da transmissão ao vivo.
Paulo lembra também das obras sociais que as lives são capazes de realizar. Na última sexta-feira, por exemplo, a live da cantora Lorena Cristine arrecadou cerca de 500 cestas básicas, das quais uma parte destinou-se justamente aos artistas que cantam nas noites prudentinas e que atualmente passam por grave dificuldade financeira.
Família circense
Uma mesma família, natural de Junqueirópolis, compõe o Circo Dioni, com mais de 60 anos de disposição e alegria: O patriarca Dionízio Rombi, a matriarca Matilde Rombi, o filho Dário Rombi, a nora Elisângela Firmino e os netos e sobrinhos Dário Alfredo Rombi Jr., Caio Rombi, Dionísio Rombi Jr., Heitor Rombi, Rafael Montana, Natália Rombi e o bisneto, o pequeno Miguel Rombi, que já atua como o palhaço Miguelito.
Todos eles sobrevivem da renda obtida pela venda de ingressos para o espetáculo, a bilheteria, e se veem, como autônomos, há 32 dias sem trabalhar, visto que a atividade circense gera aglomerações. Mais que isso, não conseguem prever, sequer, quando poderão voltar à rotina, como os outros quase 2 mil circos catalogados no Brasil.
O mais bonito da função artista é o desejo de expressar sua arte e tirar as pessoas de realidades pesadas e levá-las a um mundo de fantasias, ao menos por algum tempo. Todos os familiares estão ansiosos para a experiência nova, mas se preocupam com a falta de devolutiva do público, um limite imposto pela tecnologia. Que os risos e palmas cheguem a eles na forma de boas vibrações.
Serviço
A live do Circo Dioni tem início às 20h de hoje, pela página “Secretaria de Cultura – Governo de Presidente Prudente – SP”, no Facebook.