Saúde feminina na menopausa: especialista fala sobre cuidados para uma vida plena

Luiz Augusto Silva Júnior destacou caminhos para uma transição mais saudável da fase marcada pelo fim da menstruação e por transformações que vão além do físico

Saúde & Bem Estar - CAIO GERVAZONI

Data 23/03/2025
Horário 08:10
Foto: Freepik
Menopausa não é uma doença, porém é uma condição clínica que se não receber atenção pode impactar a qualidade de vida e bem-estar da mulher
Menopausa não é uma doença, porém é uma condição clínica que se não receber atenção pode impactar a qualidade de vida e bem-estar da mulher

No Brasil, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), 30 milhões de mulheres enfrentam o climatério ou a menopausa, fase marcada pelo fim da menstruação e por transformações que vão além do físico. A reportagem do jornal O Imparcial conversou com o nutrólogo Luiz Augusto Silva Júnior, especialista em longevidade e fitoterapia, para desvendar mitos e destacar caminhos para uma transição mais saudável.

De acordo com o especialista, a menopausa é resultado da queda dos hormônios estrogênio e progesterona. Ela desencadeia uma série de mudanças metabólicas, cognitivas e emocionais e é uma condição caracterizada pela interrupção definitiva da menstruação por 12 meses consecutivos. 

Segundo Luiz Augusto, esse declínio hormonal desencadeia alterações que vão desde a diminuição da densidade óssea — aumentando o risco de osteoporose — até mudanças no metabolismo, que favorecem o acúmulo de gordura abdominal. “Não são apenas sintomas físicos. Ondas de calor, insônia, alterações de humor e até lapsos de memória impactam profundamente a qualidade de vida”, explica o médico.

A idade média para o início no Brasil varia entre 48 e 52 anos, “mas há uma grande variação individual”. “Alguns fatores podem antecipar esse processo, como tabagismo, histórico familiar e doenças autoimunes. Já a menopausa precoce, que ocorre antes dos 40 anos, pode estar associada a causas genéticas, cirurgias ginecológicas ou tratamentos como quimioterapia”, acrescenta o especialista.

Alimentação e suplementação

O médico explica que a dieta tem papel crucial no controle dos sintomas. O consumo excessivo de açúcares e alimentos ultraprocessados, por exemplo, pode intensificar ondas de calor e fadiga. “Priorizar gorduras boas, como abacate e azeite, proteínas de alta qualidade e fitoestrógenos — presentes na soja e na linhaça — ajuda a modular hormônios e reduzir inflamações”, recomenda o nutrólogo. Peixes ricos em ômega-3, vegetais crucíferos (como brócolis) e até chocolate amargo com 70% de cacau entram na lista de alimentos benéficos.

Suplementos também ganham destaque. Magnésio, vitamina D, coenzima Q10 e fitoestrógenos são apontados como essenciais para proteger ossos, melhorar a energia celular e equilibrar o humor. 

Reposição hormonal

Luiz Augusto é enfático ao falar sobre a TRH (Terapia de Reposição Hormonal): “Quando bem indicada e acompanhada, é a primeira escolha para aliviar sintomas e prevenir doenças como osteoporose e problemas cardiovasculares”. O médico critica a desinformação que cerca o tema. “Por conta de crenças limitantes e desinformação, milhares de mulheres anualmente são privadas dos benefícios da reposição hormonal. A menopausa não é uma doença, porém é uma condição clínica que se não receber atenção e tratamento específico causará uma série de doenças na vida das mulheres impactando em sua qualidade de vida e bem-estar”, defende.

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