Saúde da coluna no idoso

OPINIÃO - Flávio Porto Franco Piola

Data 31/01/2021
Horário 04:30

Inicialmente, vamos entender que a idade mínima para ser considerado idoso no Brasil é de 60 anos (Lei 10.741, de 1º/10/2003). Porém, a idade cronológica não é o parâmetro ideal para as alterações fisiológicas que acompanham o envelhecimento, sendo mais importantes as condições de saúde, nível de independência e nível de participação na sociedade. Portanto, a idade não é o único fator para se referir à pessoa como idoso (+60 anos), ancião (de 75 até 90 anos) ou velhice extrema (+90 anos). 
Será que sentir dor na coluna acima dos 60 anos é uma situação normal? A resposta é não! Apesar de ser frequente a queixa de dor pelos idosos, principalmente na região lombar, não se pode concluir que sentir dor é normal.
À medida que a coluna envelhece e suporta os estresses físicos diários, a perda gradual da força e da mobilidade vai acontecendo e alterações degenerativas vão se instalando. A espondilose degenerativa, osteaortrose da coluna, ou simplesmente artrose da coluna é a alteração mais comum.

A idade cronológica não é o parâmetro ideal para as alterações fisiológicas que acompanham o envelhecimento

A artrose é a degeneração da cartilagem articular, podendo causar a dor no pescoço e mais frequentemente na lombar, ligamentos vão ficando mais rígidos e menos flexíveis, os discos entre as vértebras vão se desidratando, perdendo sua altura e capacidade de amortecimento; esporões ósseos (bicos de papagaio) vão se formando e crescendo, podendo comprimir nervos ou a medula espinal (situação grave). 
Com a progressão, condições mais graves e incapacitantes podem se desenvolver, numa tentativa do organismo em compensar essas alterações degenerativas, como o aumento da cifose torácica (corcunda), a escoliose do adulto e outras condições que contribuem para um desequilíbrio postural. 
A situação do idoso vai se agravando, pois, para conviver com a doença, limita suas atividades, restringe o convívio social, aumenta uso de anti-inflamatórios e analgésicos, entra em depressão. Nesta situação há piora de sua qualidade de vida. 
Por isso, devemos focar em envelhecer bem, ao invés de envelhecer tanto quanto possível. Sobre a coluna do idoso, a avaliação precoce da dor é de suma importância para prevenir situações graves nas idades mais avançadas. 
    
 

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