Santa Casa de Prudente relata sobrecarga no sistema

Na sexta, constavam 95 pacientes internados com Covid, sendo: 60 em enfermarias, 32 em UTIs e 3 em enfermaria infantil

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 13/06/2021
Horário 03:35
Foto: Arquivo/ Weverson Nascimento
Sem capacidade de ampliação, atendimentos do pronto-socorro e internações podem ser prejudicados
Sem capacidade de ampliação, atendimentos do pronto-socorro e internações podem ser prejudicados

Na tarde desta sexta-feira, o diretor clínico da Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, Ighor Spir, detalhou que o número de casos Covid-19 vem aumentando “de forma vertiginosa” na cidade e região, “sobrecarregando o sistema hospitalar que está em colapso neste momento”. No hospital, segundo o profissional, constavam na sexta-feira, 95 pacientes internados com o novo coronavírus – quase a metade da capacidade total do hospital – sendo: 60 em enfermarias; 32 em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva); e três em enfermaria infantil.
“Não temos mais capacidade de ampliação. Com isso os atendimentos do pronto-socorro e, consequentemente, das internações, podem ser prejudicados”, detalha. “Temos pacientes em macas e poltronas. Pedimos a colaboração e compreensão de todos para o atual momento vivido da pandemia”, acrescenta. 
Conforme boletim epidemiológico publicado pela VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) de Presidente Prudente, na sexta-feira o município atingiu a marca de 174 moradores (de Prudente) hospitalizados, sendo 54 deles em UTIs. 
Considerando a situação relatada, a reportagem solicitou um posicionamento à Secretaria Estadual de Saúde, que respondeu, por meio de nota, que vem trabalhando para garantir assistência à população e combater a pandemia, e que mantém diálogo com os municípios de todas as regiões para medidas e ações de fortalecimento da assistência. 
A pasta também acrescenta que, durante a pandemia, a secretaria triplicou o número de UTIs no SUS (Sistema único de Saúde) de São Paulo, saltando de 3,5 mil para mais de 10 mil unidades. Só na região de Presidente Prudente, o salto foi de 80 para 195 leitos de UTI, e há também 450 clínicos exclusivos para Covid-19. “Além disso, desde o ano passado o Estado já repassou à região aproximadamente R$ 11,7 milhões para combate à pandemia”, expõe.
De acordo com a secretária, a região conta com serviços estaduais de referência, como o HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo de Presidente Prudente que, com a implantação de 20 novos leitos, atualmente opera com 40 leitos UTI e 72 clínicos. Para reforçar ainda mais a assistência, a secretaria também detalha que está auxiliando no custeio de novos dez leitos de UTI na Santa Casa de Presidente Venceslau recentemente instalados, que duplicaram a capacidade da unidade.
“As medidas ampliam a assistência em estrutura já apta a atender pacientes, uma vez que a dificuldade do abastecimento de gases medicinais persiste, impactando o andamento da adaptação do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Dracena como hospital de campanha”, reforça. Importante esclarecer, segundo a pasta, que a ativação de novos leitos, bem como medidas mais restritivas tidas como necessárias conforme a realidade local, não é prerrogativa exclusiva do Estado, mas também das prefeituras e da União.
Além de manter hospitais e auxiliar a rede pública, a Secretaria de Estado da Saúde afirma que mantém uma estratégia especial de gestão de leitos hospitalares desde o início da pandemia para dar prioridade à internação de pacientes com quadros respiratórios agudos e graves, com suporte da Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). A demanda é descentralizada na rede, considerando que há regulações municipais ou regionais, com os respectivos serviços de referência para sua área de abrangência. Ou seja, o sistema também é utilizado pelos municípios, que têm autonomia para avaliar e encaminhar casos em seu território. A regulação, portanto, depende da disponibilidade de leitos e de condição clínica adequada para que o paciente seja deslocado com segurança até o hospital de destino.

Alerta à população

A nova informação da Santa Casa de Presidente Prudente traz um alerta à população, uma vez que, em março desde ano, a unidade de saúde anunciou uma sobrecarga no sistema hospitalar em carta aberta. O documento, assinado pelo provedor Itamar Alves de Oliveira, detalhava que, a unidade chegou ao “colapso total”, pois não havia mais “pontos de oxigênio” e ventiladores mecânicos disponíveis, sendo necessário utilizar respiradores de transportes para continuar atendendo os pacientes no pronto-socorro. Na data em que a nota foi publicada, 25 de março, a unidade contava com 13 pacientes aguardando por um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Na carta aberta, constava que a Santa Casa tinha 66 leitos disponíveis para casos de Covid-19, sendo 45 clínicos e outros 21 de UTIs. No entanto, a quantidade não estava sendo suficiente para atender todos os pacientes que “procuravam” a unidade hospitalar. “Há um mês a Santa Casa está com seus leitos 100% ocupados para atendimento ao novo coronavírus”, relatou à época. No dia 24 de março, segundo documento do provedor, o hospital chegou a totalizar 34 pacientes graves em UTI e, destes, 33 estavam em ventilação mecânica. Todo casos de Covid-19.
À época, a unidade de saúde chegou a suspender as cirurgias eletivas por conta do atual estoque de medicamentos mediante a situação preocupante em que se encontrava devido ao agravamento da pandemia da Covid-19.



 

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