Sangramento Empresarial

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 28/07/2024
Horário 04:07

Definir o prolabore de uma empresa é um desafio comum para muitos empresários. Frequentemente, o que se vê, é a falta de valor definido nem uma data específica para o saque, resultando em retiradas irregulares. Isso leva a uma total desorganização sobre quanto se gasta, misturando despesas pessoais com as despesas da empresa. Esse descontrole financeiro pode resultar em saques que excedem o lucro, aumentando o risco de falência – um fenômeno que chamamos de "sangramento empresarial". Assim como no corpo humano, onde há sangramentos não controlados podem levar à morte, no mundo empresarial, precisam ser estancados para evitar a falência e assegurar a continuidade do negócio.
Nas minhas consultorias, recomendo entender a natureza dos saques de recursos financeiros da empresa. O primeiro passo é definir o prolabore, ou seja, a remuneração pelo trabalho efetivo realizado. Para empresários que são donos, mas não atuam no dia a dia da empresa, o correto é a distribuição de dividendos (lucros) ou retiradas do capital investido, e não o prolabore. Essa distinção é crucial para manter a saúde financeira da empresa e evitar retiradas excessivas que possam comprometer o fluxo de caixa e a sustentabilidade do negócio.
Sugiro que o valor pago pelo trabalho efetivo realizado pelo empresário na empresa, seja equiparado ao que é pago no mercado para funções semelhantes. Pode-se complementar a remuneração com a distribuição dos lucros (dividendos) ou retirando parte do capital investido na empresa, neste caso refletirá na redução da participação do empresário na sociedade ou diminuirá o capital social da organização. A primeira parte do pagamento (prolabore) é parte integrante da folha de pagamento da empresa e a distribuição dos lucros dependerá a apuração de lucro ou prejuízo. 
Com o passar do tempo, espera-se que a renda baseada no lucro seja mais interessante do que o prolabore definido para o empresário, neste momento é possível contratar um funcionário para assumir funções que hoje são executadas pelo proprietário, sem aumentar os gastos para a empresa. Assim, o proprietário pode renunciar ao salário (prolabore) e focar na estratégia de geração de lucro do negócio, estruturando-o para gerar melhores dividendos e estabilidade financeira. 
Com essas práticas, evitamos o "sangramento empresarial" e promovemos uma gestão financeira mais saudável e sustentável para a empresa. Implementar um sistema de prolabore estruturado, aliado a uma distribuição de dividendos planejada, é essencial para garantir que a empresa não apenas sobreviva, mas prospere. 

 

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