De família humilde e numerosa, aprendemos desde a infância a plantar flores, hortaliças, árvores frutíferas e cultivá-las para nosso sustento.
Sete meninas, dois meninos, cada um possuía sua árvore. Pé de laranja lima, jabuticaba, goiaba, abacate, tangerina, amora, pitanga, cada uma florescia, perfumava e carregava de frutos a seu tempo. Nestas árvores os pássaros faziam seus ninhos e alimentavam-se com os frutos para a nossa alegria de criança esperançosa a ver novos ninhos.
Colecionávamos tinhorões, adálias, cravos, rosas, jasmins perfumados, sempre desabrochando em diferentes estações. Só as meninas é que colecionavam flores.
Encontrávamos as espécies das mais diferentes cores em jardins desconhecidos. Batíamos palmas nas portas das casas a fim de conseguirmos nossas mudas para a preciosa coleção. Voltávamos felizes para casa, como se fora um importante troféu conquistado e plantávamos a tenra muda. Grande era a nossa expectativa ao acompanhar o desenvolvimento dos primeiros brotos até a plena florada.
Todos os lixos orgânicos eram enterrados nos pés das plantas como adubo, separado, recolhido e depositado a cada refeição e a água da chuva era aproveitada para a lavagem de roupa, e para aguar plantas em vasos cobertos.
Aprende-se com os pais as virtudes e os valores desde a mais tenra idade. O olhar infantil está sempre voltado para as atitudes dos pais, assimiladas a todo o aprendizado. O amor ao próximo, à família, à natureza através do respeito e cuidado com ela, ficará para toda a vida...
Os bebês entendem aos poucos meses quando mostramos a eles o encanto da sombra de uma árvore, o botão de uma flor, o canto do pássaro. Através da observação a criança aprende a amar, a olhar e sentir todo o universo. Sim, é possível crescer descobrindo e preservando a natureza.
Nós, educadores e pais, devemos ajudar a preservar o meio ambiente, a conscientizar crianças, adolescentes e adultos a respeitar nosso planeta, a disseminar boas práticas.
Ensinar a valorização da água. Evitar banhos de mangueira, guerrinha de balões de água e toda brincadeira com água. Elas são divertidas, mas passam a equivocada ideia de que a água é um recurso infinito, justamente para aqueles que mais precisam de orientação: as crianças.
E assim, ensinar a economizar este precioso bem, assim como a energia,os alimentos, os papéis, os objetos que podemos reutilizar reciclar e restaurar.
O consumismo exagerado é estimulado a todo o tempo pela publicidade. As propagandas nos bombardeiam incessantemente com ofertas, tentações e truques, que nos impulsionam a comprar tudo àquilo que não precisamos. O consumo em excesso pode nos fazer adquirir produtos, que acabam por virar lixo em pouco tempo, aumentando o volume de resíduos no planeta.
Segundo o sociólogo, Eduardo Galeano, “A grande maioria das pessoas consome pouco, pouquinho e nada, necessariamente para garantir a existência da pouca natureza que nos resta. A injustiça social não é um erro por corrigir, nem um defeito por superar, é uma necessidade essencial. Não existe natureza capaz de alimentar um shopping center do tamanho do planeta.”.
Podemos ajudar a construir um mundo melhor para salvar o planeta. Ainda há tempo!