«Basta um sorriso baiano pra gente entender
O por quê do Brasil ter nascido primeiro aqui nesse lugar
Basta um tempeiro baiano pra gente provar o sabor
Desse povo que ri dá tristeza ao invés de chorar (…)»
João Alexandre Silveira, música “Salvador da Bahia”
Se procuramos, verdadeiramente, pelo berço do Brasil, tal como o conhecemos hoje, com toda a diversidade cultural e demográfica, a nossa busca levar-nos-á até Salvador da Bahia, de seu nome próprio: São Salvador da Bahia de Todos os Santos, a primeira sede da administração portuguesa no país e o centro da cultura afro-brasileira.
São Salvador situa-se em território peninsular, adentrando o Oceano Atlântico e defronte ao continente africano. Pela sua situação geográfica, desempenhou um papel de extrema importância, na proteção dos regiões e populações na Bahia de Todos os Santos.
Uma das primeiras cidades planeadas do mundo, o centro histórico está repleto de construções, datadas do século XVII ao XX, e que evocam a arquitetura colonial portuguesa: desde a urbanização, o calcetamento das ruas, ao estilo e materiais utilizados na construção das moradias, edifícios administrativos, bem como monumentos – extraordinariamente bem conservados, os quais concederam à cidade o título de Patrimônio Mundial, pela Unesco.
Povoada por indígenas, europeus e africanos, a cidade/município encontrou na multietnicidade o mote para a criação e o desenvolvimento de expressões artísticas e culturais insignes, como sejam a música, a dança, a gastronomia e a literatura. Esta cidade trouxe à nascença e instruiu grandes nomes da cultura brasileira: Gilberto Gil, Jorge Amado, Maria Bethânia, Caetano Veloso e milhentos outros monumentos humanos.
A diversidade étnica e cultural também pode ser vista no sincretismo religioso, patente por toda a cidade, a qual alberga 365 igrejas, uma para cada dia do ano e, simultaneamente, o centro brasileiro ao culto dos orixás, da religião candomblé.
Salvador da Bahia, centro histórico e cultural, palco do segundo maior carnaval do Brasil e a maior festa de rua do mundo, de acordo com Guiness Book, com cerca de 3 milhões de habitantes, com origens étnicas variadas, é o cenário de uma das mais grandiosas demonstrações do valor da língua comum, na união dos povos.
«Capoeira, ganzá, berimbau, vatapá e acarajé
Jorge Amado, Zumbi, Castro Alves, Caetano e Caribé
Do outro lado do mundo vem gente pra ver como é que é
Esse tal de sorria, você está na Bahia, meu rei»
João Alexandre Silveira, música “Salvador da Bahia”