Rondonópolis e Isabel

Persio Isaac

CRÔNICA - Persio Isaac

Data 20/09/2020
Horário 08:00

Vim passar uma semana na cidade de Rondonópolis. Estou no quarto com o ar condicionado ligado para amenizar o forte calor. Vim passar o aniversário da minha neta Isabel. Minha filha Luiza e meu genro Milan são médicos nessa cidade. Nessa manhã quente de segunda-feira, recebo a triste noticia do falecimento do Dr. Menegucci. Um médico excepcional que cumpriu sua nobre missão com um enorme idealismo. Uma grande alma.  
Recebo pelo WhatsApp mais uma letra do meu parceiro Vitor Marcondes. Já temos mais de 15 músicas compostas juntos. Vitor tem um enorme talento para escrever e compor. Ele me liga e trocamos ideias sobre uma nova composição. É um rock. Pergunto se está calor em Prudente. Que pergunta mais inocente Magrão, diz ele.  E aí como que está? Digo que o diabo está ao meu lado reclamando grande do calor. Falamos sobre o nosso Todo Poderoso que tinha perdido de 2 a 1 para o Soberano. Aguenta coração. 
Rondonópolis é um importante polo regional que atende 21 municípios. O nome Rondonópolis é uma homenagem ao Marechal Rondon. Tem o segundo maior PIB (Produto Interno Bruto) do Estado do Mato Grosso. Não estou livre do isolamento da pandemia da Covid-19. Minha neta Isabel é muito carismática e já me chama de vovô. Virei um escravo das suas vontades e desejos. Na parte da manhã, fico com ela assistindo desenhos que são bem diferentes da minha infância. “Pintinho Amarelinho”, “Dona Aranha”, “Baby Shark” e “Macaquinho” são os desenhos preferidos dela. 
Isabel fica cantando e pulando em frente à TV e fala: Vem vovô. E lá vou eu pular e cantar Baby Shark. Ela sorri. Fazer o que, né. Quando ela fala vovó Cris, a Mulher Maravilha se derrete toda. Quase vai às lágrimas. De tanto a Mulher Maravilha me chamar de gordo a minha neta embarca nessa onda e me chama de "godo" e vovô "Pétio". Como adoro filmes, o meu genro indica a série “The Boys” pela Amazon Prime. Estou adorando. Nada a ver com os super heróis, como a Liga da Justiça. “The Boys” é o avesso de tudo. Os ditos super-heróis são na realidade anti-heróis. Vendem uma imagem falsa para a sociedade. O mais sinistro, cruel, é o psicopata do Capitão Pátria. Vale a pena assistir. 
Passo o dia mais dentro do apartamento do que fora dele.  Apesar de não ser um leitor voraz, pego o livro “12 regras para a vida, um antídoto para o caos”, do meu genro. Um livro de um dos maiores pensadores chamado Jordan Peterson. Quando começo a ler, a Isabel entra no quarto e diz: Vovôzinho. Quem que agüenta? Nem o psicopata do Capitão Pátria resistiria esse carinhoso chamado. E lá vou eu de novo pular e  cantar “Baby Shark”. Vejam vocês.

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