O coordenador da Croeste (Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Oeste), Roberto Medina, também era um dos integrantes da lista de sentenciados à morte por uma facção criminosa que age dentro e fora de presídios. A informação foi divulgada pelo colunista Marcelo Godoy, do jornal O Estado de S. Paulo (Estadão).
Segundo o jornalista, a facção criminosa também incluiu entre os "decretados" o vice-presidente do país, Geraldo Alckmin (PSB); o ex-secretário da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, Lourival Gomes; o deputado federal Coronel Telhada (PP-SP); o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), e os dois filhos do casal; além do promotor de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em Presidente Prudente, Lincoln Gakiya.
Tanto Medina quanto Gakiya, que residem na região de Prudente, estão na mira da facção nos últimos cinco anos. Em 2018, foram interceptadas cartas com ameaças de morte direcionadas aos dois na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, a P2, em Presidente Venceslau. Elas estavam com duas mulheres, de 39 e 45 anos, após a saída das visitantes da unidade prisional.
Novas cartas com o mesmo teor foram apreendidas no início de 2019, desta vez na Penitenciária de Junqueirópolis, e em outubro daquele mesmo ano, na Penitenciária Silvio Yoshihiko Hinohara, a P1, em Presidente Bernardes.
Já em julho de 2020, agentes da penitenciária de Mirandópolis (SP) apreenderam um bilhete escondido nas roupas de um detento. Nele, eram cobradas as mortes de Medina e Gakiya. Tratava-se de um desdobramento de uma ordem dada por Marco Camacho, o Marcola, ordenando os assassinatos caso a transferência dos chefes da facção para presídios federais se concretizasse.
Em novembro de 2018, a Justiça de São Paulo determinou a transferência de seis integrantes da organização criminosa para presídios federais. Entre eles, estavam dois do primeiro escalão da facção: Cláudio Barbará da Silva, o Barbará, e Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden.
Todos eles eram suspeitos de integrarem a chamada "sintonia final dos Estados e países" e comandarem crimes em 14 Estados da federação, incluindo ataques ocorridos em Minas Gerais e assassinato de agentes da lei. Esse comando era exercido do interior da P2 de Venceslau, onde estava presa a cúpula da facção.
As novas ameaças de ataques contra os servidores públicos e autoridades foram alvo da Operação Sequaz, deflagrada pela Polícia Federal nessa quarta-feira. O objetivo era desarticular a organização criminosa que planejava homicídios e extorsão mediante sequestro em pelo menos cinco unidades da federação, Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
De acordo com as investigações, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea e os principais investigados se encontravam nos Estados de São Paulo e Paraná.
Cerca de 120 policiais federais cumpriram 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná.
O nome da operação se refere ao ato de seguir, vigiar, acompanhar alguém, devido ao método utilizado pelos criminosos para fazer o levantamento de informações as possíveis vítimas.