O PIB (Produto Interno Bruto) calculado pela Fundação Seade para o Estado de São Paulo cresceu 0,9% no período de apenas um mês, entre julho e agosto de deste ano. O crescimento é reflexo dos desempenhos positivos em três grandes setores - na indústria (2,1%), nos serviços (0,4%) e na agropecuária (2,8%). Com esse resultado, as projeções de crescimento da economia paulista para o ano de 2019 como um todo foram revistas, com elevações na expectativa da máxima (de 1,7% para 1,9%), média (1,5% para 1,7%) e mínima (de 1,2% para 1,3%) de taxa de crescimento.
Melhor que 2018
Na comparação com igual mês do ano anterior, houve crescimento de 2,0% na atividade econômica, segundo o informe da Fundação Seade divulgado nesta semana. No acumulado de 12 meses, a economia aumentou 1,3%, com aumento nos serviços (2,3%) e variação negativa na agropecuária (-3,1%) e na indústria (-0,8%).
Indústria em alta
A Fiesp e Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgou ontem que o Indicador de Nível de Atividade da Indústria paulista registrou leve alta de 0,1% em setembro em relação a agosto. Este é o terceiro trimestre consecutivo com variações positivas. No acumulado do ano, entre janeiro e setembro, há um crescimento de 0,9%. As principais variáveis que compõem o resultado do índice ficaram no campo positivo, com avanço para vendas reais, horas trabalhadas na produção e o nível de utilização da capacidade instalada em 0,7%, 0,1% e 0,2 p.p, respectivamente. Também analisado na pesquisa, os salários reais médios apresentaram avanço de 0,7%.
Frase
Para José Ricardo Roriz Coelho, segundo vice-presidente da Fiesp, "as altas apresentadas pelos indicadores são reflexo da queda do custo financeiro para empresas e famílias, além da antecipação da liberação dos recursos do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)".
Sensor
O Sensor, também medido pela federação, apresentou em outubro o melhor resultado em 12 meses, ficando acima da linha de estabilidade, marcando 50,9 pontos, com ajuste sazonal, indicando alta moderada da atividade industrial paulista no mês. As variáveis que mais contribuíram para o avanço do Sensor foram mercado (54,1 pontos), indicando melhora no setor de atuação das empresas, estoques (53,7 pontos) e vendas (51,7 pontos). Também com resultado otimista, o emprego (50,8 pontos) indica a perspectiva de contratações moderadas no mês, segundo a Fiesp/Ciesp.
Otimismo
O Estado de São Paulo, que conta com 22% da população nacional, gerou 35% do total de empregos com carteira assinada do país nos primeiros oito meses de 2019, segundo os números do Caged (Cadastro Geral de Empregos do Governo Federal). A última Pesquisa de Investimentos Anunciados da Fundação Seade aponta que no primeiro semestre de 2019, foram anunciados R$ 67,7 bilhões de investimento privado no Estado. Trata-se do segundo maior valor semestral na série histórica da Piesp, iniciada em 1998.
Sai a avaliação da gestão nas cidades
A Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) divulgou na quinta-feira, o IFGF (Índice de Gestão Fiscal da Firjan). Dentre 5.337 municípios analisados, Gavião Peixoto e São Pedro foram os únicos que receberam no Estado de São Paulo notas máximas em todos os indicadores: autonomia, gastos com pessoal, liquidez e investimentos. Do total, 47% do total de municípios no país estão em situação “crítica” de gestão fiscal e usam menos de 3% do orçamento em investimentos. Apenas 419 municípios, equivalente a 15% do total, usaram mais de 12% da receita total em investimentos no período analisado.
Pequeno gere bem os recursos também
A analista de estudos econômicos da Firjan, Nayara Freire, disse que o topo do ranking este ano surpreendeu porque teve a presença de municípios pequenos e grandes juntos, “o que é positivo, porque acaba com a ideia de que município pequeno não consegue gerir bem o seu orçamento”. A analista chamou a atenção para o fato de alguns municípios terem conseguido o resultado positivo apesar da crise econômica. “Mesmo em situação de crise, esses municípios conseguiram administrar de forma eficiente. Cortar custos que fazem diferença no orçamento, conseguir destinar um pouco mais de recursos, usar de outras medidas políticas para arrecadar mais”.
Dicas aos municípios
Para Nayara Freire, entre as medidas que podem ser adotadas pelas prefeituras para aumentar a arrecadação, está a melhoria na estrutura de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). “Tem muito município no Brasil que não tem estrutura de IPTU e de ISS [Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza]. Cortar custos como deixar de ter um veículo, e achar que alugar tem custo menor. Todas essas medidas que parecem pequenas tem resultado significativo no orçamento”, diz ela.