Próxima parada: Roswell, Novo México, EUA (Estados Unidos da América). No dia 5 de janeiro de 2020, esse será o destino do prudentino Henrique Jun Koyama Date, jogador de beisebol (arremessador) revelado pelas categorias de base da Acae (Associação Cultural, Agrícola e Esportiva). Depois de uma infância recheada de títulos e experiências no esporte, aos 17 anos, os esforços renderam a ele um convite com bolsa de 100% na New Mexico Military Institute. Considerada entre as três melhores escolas militares americanas, por lá ele terá a oportunidade de fazer College e, claro, continuar a jogar beisebol.
A 20 dias do grande dia, lógico que o que passa na cabeça dele é um mix de sentimentos, que vai de medo à felicidade. Mesmo sendo um lugar inédito para ele, Jun, como é mais conhecido, não deixa de afirmar que essa “nova experiência” tende a ser “boa e importante para a carreira”. Nesse momento, ele reconhece ser uma referência para os menores, assim como também possui inspirações, a exemplo do Rodrigo Takahashi, o Bo. “É importante saber aprender e também ensinar. É uma troca que ocorre a cada geração”, completa.
Dito isso, é hora de já começar a fazer as malas. Mas mudar de ambiente não é novidade para o atleta. Desde os 5 anos, quando começou a jogar, ele já passou por outro dois times, além da Acae, o Pereira Barreto e o Blue Jays. Sendo assim, ter que se adaptar a uma nova equipe não é algo tão difícil. “Acho que isso me dá uma vantagem, uma facilidade maior de conseguir me enturmar mais fácil”, frisa. E lembra: apesar do amor pelo beisebol, a oportunidade de estudo é o foco principal, até porque “só joga quem tira boas notas”, destaca.
É válido lembrar que, prestes a completar 15 anos (em 2017), Jun foi chamado para treinar no CT (Centro de Treinamentos) de Ibiúna (SP), com técnicos profissionais da MLB (Major League Baseball), liga que representa o nível mais alto do beisebol profissional, nos EUA. O atleta também carrega títulos brasileiros e um sul-americano.
APOIO TÉCNICO
E DA FAMÍLIA
Para o técnico da Acae, Paulo Yamane, a oportunidade oferecida ao jovem atleta é “resultado da própria disciplina que ele mesmo adquiriu”. Para ele, “muito mais que levar o nome da equipe pra fora”, Jun poderá ter bons estudos e estar em um país onde o esporte é forte. “Ele sempre teve notas boas e se destacou, desde o primeiro campeonato jogado com a gente. Ele merece”, completa.
E se o técnico se orgulha, imagina a família. Everson Shinji Date, 47 anos, o pai de Jun, expressa a felicidade em ver o filho conseguindo “uma grande oportunidade” e, assim como o próprio atleta, lembra que o foco aqui é o estudo. “Existem dois caminhos para chegar lá, jogando beisebol e estudando e jogando. Eu sempre deixei claro para ele que o melhor caminho era pelo estudo”, pontua.
E deu certo. E escolheu certo. E a escolha foi somente dele, conforme a mãe dele diz, Regina Hiromi Koyama Date, 43 anos. Emocionada, ela não deixa de saudar a conquista do filho e também lembrar que nunca deixou de apoiá-lo. Questionada se a família é a fã número 1 dele, a resposta vem com todo entusiasmo e orgulho possível: “Com certeza!”.
Foto: Paulo Miguel
Frisada como a fã número 1 do atleta, família sempre o apoiou na carreira esportiva