É no contato que nos humanizamos! Estar com o outro proporciona a vivência de emoções positivas e experiências afetivas de grande importância para nosso desenvolvimento. A escola é inegavelmente um dos espaços mais privilegiados para potencializar competências interpessoais e a formação de laços significativos capazes de servir como fatores protetivos para crianças, adolescentes, jovens e adultos. É, portanto, com grandes expectativas que devemos esperar pelo retorno às aulas presenciais. Será certamente um tempo de muita esperança. E que fique entendida aqui, a palavra esperança, como traçar rotas, definir estratégias, desenhar caminhos... Esse é o verdadeiro significado do esperançar!
Assim, todos nós, educadores e pais, somos convidados a nos dedicarmos a um planejamento cuidadoso para que as regras de segurança sejam seguidas, para que o aprendizado processualmente seja ajustado a esse modelo mediado pela presencialidade e pela tecnologia (que deve permanecer!), mas para que também os aspectos psicológicos sejam considerados. O recurso mais precioso que teremos nessa retomada do ensino presencial será o diálogo atento e carinhoso.
Os estudantes terão estórias para partilhar sobre perdas, sobre sentir-se só, mas também sobre amor, sobre generosidade e gratidão. Precisaremos assumir o papel de tutores de resiliência... Tutor é aquele que se aproxima, que acompanha, que oferece base para o outro nas situações que exigem adaptação. Os pais podem criar espaços diários para conversar com seus filhos sobre diversos sentimentos, como a tristeza, a alegria, a raiva e o medo. Essa é uma estratégia infalível para cooperar com a regulação emocional das crianças. Observar os comportamentos, atentando-se para sinais como retraimento, irritabilidade, falta de entusiasmo é outro bom recurso. Adolescentes e jovens também deverão receber essa tutoria. Precisarão como nunca serem ouvidos e acompanhados na retomada de seus projetos de vida.
Por sua vez, os professores, incríveis e incansáveis tutores, precisarão estar ainda mais conectados com seus alunos, com suas demonstrações de afeto e mudanças de comportamento. Igualmente, precisarão de respaldo, de orientação e cuidados. Assim, às instituições de ensino, ficará a tarefa ainda mais intensa da estruturação de programas de promoção de saúde mental e promoção de resiliência. Uma fonte de respaldo e parceria para as escolas podem ser as universidades, que vêm investindo em pesquisas e projetos sobre o tema. Será, portanto, um tempo de união, de esperanças, de rotas reformuladas e de intensificação do lindo processo de nos humanizarmos no contato!