A notícia de que as aulas presenciais no Estado de São Paulo já possuem data prevista para retorno animou a Prefeitura Municipal de Presidente Prudente. A Secretaria Municipal de Educação comemorou ao analisar positivamente a informação e disse que o plano apresentado é “bastante organizado e estruturado”. Já os professores da rede estadual de ensino, por meio do sindicato que representa a categoria, reprovaram o retorno gradual por acreditarem que a pandemia não está controlada. As escolas particulares, por sua vez, também não gostaram da medida, mas porque elas informam que o retorno deveria ocorrer antes da data anunciada.
Vale destacar que o número de alunos em cada esfera é de: 19,2 mil na rede municipal; 50.072 na rede estadual da região; e 33 mil estudantes em escolas particulares da região de Prudente.
A titular da pasta da Educação, Sônia Maria Pelegrini, enfatizou que o município seguirá exatamente o que o Estado programar, com as devidas adequações necessárias para o sistema municipal de ensino. Lembrou que como há convênios em comum, como o caso do transporte, não há como adotar decisões, até mesmo datas, diferentes. “Estaremos preparados para voltar”.
Sobre as medidas tomadas até o momento, durante a pandemia, a secretaria lembrou que o chamado Ensino Remoto agradou a Prefeitura, e as famílias envolvidas, pelo nível do material apresentado. “Temos a felicidade de termos uma equipe de Tecnologia da Informação muito organizada que estuda e elabora os instrumentos tecnológicos que os professores utilizam, inclusive capacitando os profissionais e incentivando eles a exploraram mais o uso dos recursos tecnológicos”, finalizou.
ESCOLAS PARTICULARES
O presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Presidente Prudente e Região, Antônio Batista Grosso, afirmou que a entidade em nível estadual vai emitir uma carta de repúdio ao anúncio feito pelo Estado, visto que as unidades já estão prontas para o retorno e contavam com uma data antes mesmo da anunciada ontem. “As escolas privadas já estão prontas e esperávamos esse retorno para a primeira semana de agosto, o que não ocorreu”.
Ele lembra que todas as unidades seguiram protocolos internacionais de saúde, para se classificarem como prontas, e afirma que o sindicato entrará em contato com o Estado para solicitar, e estudar, a possibilidade de esse retorno ocorrer antes do previsto. O sindicato enfatizou que a escola particular não pode ser culpada e nem ser “refém do demorado tempo das redes públicas estaduais e municipais, que ainda não estão preparadas para promover a volta dos seus alunos à sala de aula”.
PROFESSORES DO ESTADO
Professores e outros trabalhadores da educação rechaçaram a proposta de volta às aulas do governador paulista, João Doria (PSDB), que anunciou ontem o calendário para a retomada a partir de 8 de setembro. Por meio da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial Estado de São Paulo), os docentes não concordaram com o anúncio, desde que a pandemia não seja controlada. “Para os educadores, a política de combate à pandemia de Doria não inspira nenhuma confiança para a retomada das atividades escolares”, aponta o sindicato.
As entidades destacam a marca de 50 mil mortes causadas pela Covid-19, atingida no Brasil na última sexta-feira, como “clara demonstração” de que a situação não está controlada. “É de uma inaceitável irresponsabilidade e precipitação debater a voltas às aulas presenciais. Defendemos que qualquer decisão nesse sentido seja validada em conformidade com os protocolos científicos aceitos internacionalmente”, defendem os professores.
