O ano de 2021 foi marcado pela seca com impactos na agropecuária e sensação de calor intenso nas cidades. O baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas provocou um impacto na conta de energia elétrica e consequências para o aumento da inflação dos alimentos mantidos em refrigeração. O apagão só foi evitado pelo freio no consumo da energia elétrica pela cobrança com tarifas das bandeiras vermelha e amarela.
De acordo com registros pluviométricos do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a região de Presidente Prudente teve apenas um acúmulo de 850 mm de chuva no ano de 2021, muito abaixo da média histórica de 1.300 mm. Em 2021 choveu apenas cerca de 65% da média histórica na região de Presidente Prudente. A secura foi tamanha que, em 2021, tivemos o fenômeno da “tempestade de poeira” apenas presenciado em áreas semiáridas e desérticas.
Historicamente, o fenômeno La Niña, com a diminuição das temperaturas da água do Oceano Pacífico, intensifica a seca em nossa região. Em outubro de 2021, as temperaturas do Oceano Pacífico da costa peruana estavam -0,8ºC da média-padrão para as análises. Outro fator foi a ocorrência de muitas queimadas na região Amazônica e Pantanal entre 2020 e 2021, cuja umidade da região de Presidente Prudente, principalmente no verão depende da massa de ar equatorial amazônica.
Os índices pluviométricos muito abaixo da média histórica, além de provocarem diminuição da umidade relativa com a possibilidade maior de incidências de doenças respiratórias devidas partículas em suspensão no ar, com o aumento das temperaturas máximas e desconforto térmico. A presença da massa de ar quente e seca na região oeste do Estado de São Paulo e dias ensolarados sem nuvens intensificam a evaporação com fortes incidências de raios solares e temperaturas em Presidente Prudente que atingiram 40,9ºC. Apesar do recorde histórico de 2020 nas temperaturas máximas que atingiram 41,8ºC em Presidente Prudente e 42,4ºC em Dracena, de maneira geral, o ano de 2021 foi em média, com temperaturas mais baixas devidas temperaturas baixíssimas registradas no inverno desse ano.
Para a região de Presidente Prudente, as mudanças climáticas já evidentes com os dados orbitais e das estações meteorológicas, causarão a necessidade de planejamento para adaptação de extremos e fenômenos climáticos (não apenas aquecimento, altas temperaturas). A falta de áreas verdes nas cidades, a degradação do solo e assoreamentos dos cursos d’água, a impermeabilização do solo nas áreas urbanas e edificações com modelos não adaptados ao nosso clima tropical são caminhos negativos que podem ser irreversíveis para nossa região.
