A etapa regional da 1ª Conferência Estadual de Saúde das Mulheres: Desafios para a integralidade com equidade recebeu representantes de 40 cidades que integram o DRS-11 (Departamento Regional de Saúde) de Presidente Prudente na manhã de ontem. Foram mais de 200 participantes, incluindo usuários, gestores e funcionários da Saúde dos municípios.
O diretor regional de Saúde, Jorge Yochinobu Chihara, esclarece que o evento consiste em uma preparação para as etapas macrorregional, estadual e nacional da conferência. "Hoje definimos os representantes que levarão as propostas elaboradas aqui para a próxima fase", declara. Conforme ele, os resultados da conferência são utilizados para dar suporte à atuação do Legislativo e Executivo na elaboração de políticas públicas e elaboração de novas leis voltadas para o bem da comunidade.
Mais de 200 pessoas se reuniram em etapa regional da conferência, realizada ontem em PP
Após a realização de uma palestra, os integrantes foram divididos em quatro "eixos", os quais ficaram responsáveis cada um pela elaboração de cinco proposituras voltadas para a saúde da mulher no âmbito público. "É um diálogo informal, por meio do qual surgem ideias que representam as demandas da população no dia a dia", esclarece Jorge.
A reportagem acompanhou, na manhã de ontem, a discussão de propostas em um dos grupos de debate, que contemplou desde a necessidade de rever a tabela do SUS (Sistema Único de Saúde), defasado desde 1989, até a importância da divulgação e criação de ouvidorias e canais para o diálogo com o usuário.
"Sempre é produtivo se reunir para trocar experiências e discutir sobre saúde. Nem sempre o Executivo e o Legislativo conseguem acompanhar as deficiências das unidades, é mais quem lida com o cotidiano do trabalho", aponta a estudante de Fonoaudiologia e estagiária do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), Aline Freitas.
Já a usuária da rede em Regente Feijó e integrante do CMS (Conselho Municipal de Saúde), Vera Lúcia de Castro, relatou que pode ver no encontro "sugestões de quem vivencia diariamente a relação entre a saúde pública e a comunidade e tem consciência do que precisa ser transformado". Já a líder comunitária e mestre em educação, Ivonete Aparecida Alves, reforçou a necessidade de um apoio organizado às mulheres, sobretudo às trans e negras, muitas vezes marginalizadas e vítimas de preconceito ou rejeição no atendimento.
"Nem toda mulher periférica tem uma representação articulada, que promova uma escuta qualitativa", expõe Ivonete. Para sanar esse problema, ela propôs a criação de ouvidorias dentro das secretarias municipais de Saúde, para o recebimento de reclamações e denúncias que poderão pautar ações preventivas.