Reimplantação de ciclovia na zona norte diverge opiniões

De acordo com Prefeitura, novo dispositivo foi repensado e será mais seguro aos usuários, porém, moradores discordam

PRUDENTE - SANDRA PRATA

Data 02/11/2018
Horário 09:58
José Reis - Ciclovia liga as avenidas Alvino Gomes Teixeira e César de Campos, no Brasil Novo
José Reis - Ciclovia liga as avenidas Alvino Gomes Teixeira e César de Campos, no Brasil Novo

Mesmo após inúmeras reclamações de munícipes, a Prefeitura de Presidente Prudente irá reimplantar a ciclovia da zona norte. O dispositivo, que liga a Avenida Alvino Gomes Teixeira à Avenida César de Campos, no Brasil Novo, desta vez, vem com a promessa de ser mais seguro para os ciclistas. O investimento total será de R$ 875.284,78 e tem previsão de entrega de 60 dias. Da primeira vez que a ciclovia foi implantada no local houve sua remoção, devido a protestos de prudentinos, que se queixavam da falta de segurança – na época, o local foi cenário da morte de um motociclista.

Para evitar tragédias semelhantes, a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) informa que, diferente da primeira versão, a nova via possui barreiras de cimento nas laterais, que separam os ciclistas do resto do trânsito. Todavia, para a prudentina Dulce de Oliveira Reis, 58 anos, a nova proteção “não vai alterar em nada o perigo” do local. Moradora do bairro Parque Castelo Branco, há 25 anos ela acompanha o movimento da Avenida Alvino Gomes Teixeira em frente de sua casa e viu a construção e o desmanche da antiga ciclovia, além de ter presenciado “inúmeros acidentes”. “Temos muito movimento aqui, passam muitos caminhões pesados, é muito perigoso, nem deveria ter essa ciclovia”, opina.

Já Gilson da Silva, 36 anos, está otimista. Para ele, o novo dispositivo prezará pela segurança dos usuários e, assim, possibilitará um trânsito de ciclistas mais tranquilo. Proprietário de uma marmoraria no Parque Primavera - em frente à casa de dona Dulce -, há seis anos ele observa a mesma avenida e tem uma crítica diferente. “Nosso problema aqui é o trânsito, da outra vez era isso, não tanto a ciclovia”, considera. Entretanto, ele reconhece que a Prefeitura já está buscando soluções para isso com a construção de uma rotatória junto à ciclovia. “Vai ajudar a diminuir a velocidade dos carros e melhorar a questão dos acidentes, porém, vai fomentar ainda mais o trânsito nos horários de pico”, acentua. 

Horários de pico são a principal preocupação do morador Lucas Henrique Batista Gonçalves, 24 anos. Para ele, com a ciclovia os engarrafamentos serão potencializados. “Você demora uma hora para chegar em casa vindo de carro, é revoltante”, relata. Em razão disso, acha que a ciclovia é um “atraso” ao trânsito e se trata de “dinheiro jogado fora”. “De que adianta construir para desmanchar depois? Para os ciclistas é bom, mas para o trânsito é perigoso, aperta muito as vias, exige muito espaço”, frisa.

Melhorias apontadas

Ronaldo Gomes da Silva, 50 anos, é proprietário de uma loja de peças na Avenida Alvino Gomes Teixeira há dois anos e meio. Nesse tempo, ele diz ter observado que os acidentes constantes ocorrem devido à falta de respeito e conscientização das pessoas em relação a outras no trânsito. “A ciclovia é necessária. Nós temos que nos adequar, o espaço tem que ser para todos, então, diminuir a velocidade pode salvar uma vida”, pontua. Para tanto, Ronaldo sugere a implantação de um sinaleiro na altura em que a avenida passa pelo Parque Castelo Branco.

Entretanto, a Secom reforça que a implantação de um sinaleiro no local não está nas providências previstas pela Prefeitura. O motivo é que o trecho já possui outros dispositivos redutores de velocidade como lombadas, rotatórias e lombofaixas. “Cabe aos motoristas que trafegam pela área se atentar aos limites de velocidade compatíveis com a via”, informa a pasta.  

SAIBA MAIS

A ciclovia da zona norte já protagonizou episódio desagradáveis tanto de acidentes quanto de reclamações de moradores.  Após ser cenário da morte de um motociclista e de ser removida, o MPE (Ministério Público Estadual) abriu investigação sobre uma eventual lesão material ao erário. Hoje, o órgão informa que não existe plano para outra investigação referente ao novo dispositivo.

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