A região de Presidente Prudente é a maior produtora de pitaia do Estado de São Paulo, de acordo com o pesquisador científico da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, Nobuyoshi Narita, que ministrou, na manhã de ontem, durante curso promovido pela Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), duas palestras acerca dos aspectos econômicos, a implantação e os tratos culturais do cultivo da fruta. Segundo ele, são produzidas no Estado cerca de 500 toneladas de pitaia por ano, sendo que, deste total, 70 toneladas são na região. "14% da produção está concentrada aqui e, hoje, Narandiba é o maior município produtor", expõe.
Produtores participaram de palestras sobre cultura da fruta na manhã de ontem, em PP
Também palestrante no curso, o professor da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), William Hiroshi Suekane Takata, conta que o propósito do evento foi informar produtores e técnicos interessados nesse tipo de cultivo a respeito do manejo, implantação do pomar, florescimento e frutificação, bem como os problemas e avanços obtidos na produção. Conforme o docente, o maior desafio existente é que a pitaia é uma fruta nova no mercado e ainda está entrando no gosto do consumidor. Desta forma, é preciso promover plantio e coleta adequados a fim de fornecer um produto de qualidade aos compradores. "Por exemplo, se o produtor colher o fruto ainda verde, o sabor da fruta será muito desagradável", comenta.
William aponta que a pitaia faz parte da produção da região de Prudente há 10 anos e tem se consolidado cada vez mais, graças ao investimento dos produtores e o desenvolvimento de tecnologia suficiente para o cultivo. "Embora a implantação seja cara, o custo de manutenção do pomar é razoável. Os maiores gastos vão envolver a mão de obra, como a aquisição dos mourões", destaca. Outra característica da produção de pitaia é que seu florescimento ocorre durante a noite, portanto, o trabalho de polinização é feito nesse período. E nem mesmo as altas temperaturas atrapalham o cultivo bem-sucedido da fruta na região. "Pelo contrário, favorece. Temos um clima muito propício para o plantio da pitaia", complementa William.
O produtor Heitor Hirae decidiu participar do curso para ampliar os seus conhecimentos sobre o manejo da fruta. Ele é produtor de pitaia há quatro anos e iniciou o plantio em busca de uma renda a mais. Os maiores desafios encontrados por ele foram justamente o fato da planta ser polinizada durante a noite e a condução do cultivo, que demanda gastos na implantação. "O que torna a cultura da pitaia cara é a estrutura, mas depois de adquirida, é para a vida toda", salienta. Quando começou o cultivo, sua produção era de 600 caixas, mas hoje passa de 1,5 mil. "É algo que aumenta a cada ano, porque, embora seja um fruto caro para o consumidor, a pitaia tem ganhado espaço e diversificação no mercado", pontua.
Após o acompanhamento das palestras, os produtores e técnicos participantes do curso se deslocaram até uma propriedade no distrito de Montalvão para dar início à prática no campo. O dono da terra, Everton Eiji Tuguimoto, iniciou o cultivo da pitaia há seis anos e produz hoje 5 mil caixas. "Decidi pelo plantio por ser uma fruta nova, sem muita produção na região naquela época. Apesar da estrutura ser dispendiosa, é muito simples manter o cultivo, que só é atrapalhado em períodos de chuva", pondera.