Região tem déficit de pelo menos 55 policiais civis, aponta Sipol

PRUDENTE - Bruno Saia

Data 18/08/2016
Horário 09:35
 

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado de São Paulo informou, por meio de nota encaminhada na semana passada, que 12 novos investigadores foram contratados para atuar na área do Deinter-8 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior-8), que abrange 54 municípios da região de Presidente Prudente, e quatro delegacias seccionais. Expôs ainda que, desde 2011, os distritos da região receberam 159 policiais civis. Porém, para o Sipol (Sindicato dos Policiais Civis da Região de Presidente Prudente), a região ainda tem déficit de ao menos 55 policiais.

Segundo levantamento realizado pelo sindicato junto ao Diário Oficial do Estado, em 2011, havia 765 policiais civis atuando no Deinter-8 e, em 2016, mesmo com a chegada dos novos contratados, o total de servidores chega a 710. "Esse déficit é exatamente a demanda pedida pelo sindicato, e se contarmos apenas de 2011 até hoje, pois se levarmos em conta de 1990 até agora, são cerca de 550 policiais a menos", explica Fábio Morrone, presidente do Sipol.

Ainda de acordo com a SSP, os 12 novos investigadores que foram encaminhados na semana passada foram distribuídos da seguinte maneira: dois para a delegacia de Mirante do Paranapanema; dois para o 1º DP (Distrito Policial) de Rosana; um para a delegacia de Rosana; e mais um para cada delegacia de Euclides da Cunha Paulista, Nantes, Martinópolis, Pirapozinho, Caiabu e Indiana. Nenhum deles deve atuar em Presidente Prudente.

"Esses números não suprem nem mesmo a demanda de uma única delegacia da cidade, sem falar nas dezenas de cidades que compõem a seccional de Prudente", afirma Morrone. A SSP foi questionada pela reportagem sobre o número total de policiais civis que atuam na região, mas a pasta não se posicionou sobre o tema.

 

Mais gente, menos policiais

O Censo Demográfico é realizado a cada 10 anos em todo o território nacional e seu resultado é utilizado na elaboração de políticas públicas em cada uma das regiões do país. Considerando então o Censo de 2010 e de 2000 como referência, a população dos 54 municípios da área de atuação do Deinter-8 aumentou 5,7%, passando de 791.952 para 837.474.

"Além do aumento na população, que exige um número ainda maior de policiais, muitos escrivães e investigadores pediram demissão, pois não aguentaram o ritmo intenso de trabalho, e houve ainda muitos que se aposentaram", ressalta Morrone, pontuando que a necessidade por novos policiais pode ser ainda maior.

 

SAIBA MAIS

REUNIÃO EM SÃO PAULO

Uma reunião foi realizada na semana passada com a presença do representante do Sipol de Prudente, de outros sindicalistas do Estado e da presidente da Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), Marilda Pansonato Pinheiro, com o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, e com o secretário chefe da Casa Civil de São Paulo, Samuel Moreira, no Palácio dos Bandeirantes, onde foram apresentadas as reivindicações e sugestões da categoria para melhorias para a Polícia Civil como um todo. "Podemos esperar que, em um futuro próximo, venha a mesma quantidade ou até menos policiais para a região", expõe Morrone, destacando que não há data prevista para a chegada de novos servidores para o Deinter-8. "É preciso que a sociedade política de Prudente se posicione sobre esse tema, pois outras regiões estão cobrando e estão conseguindo resultados", lembra o policial.

 
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