Região tem 583 indígenas entre 40 cidades, aponta IBGE

A Região Administrativa de Presidente Prudente soma 583 indígenas que residem entre 40 cidades, apontam dados do censo demográfico de 2022 divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na última semana. O número corresponde a 0,06% de toda a população regional, formada por 858.554 pessoas.

Em termos proporcionais, a cidade com maior população indígena é Taciba. Dos 6.260 habitantes, 16 se declararam indígenas, o que corresponde a 0,26%. Na sequência, vem Santo Expedito, onde sete moradores afirmaram ser indígenas em um universo de 3 mil munícipes, o que equivale a 0,23%. Depois, aparece Rosana, com 36 indígenas entre 17.440 residentes, o que representa 0,21%.

Capital regional, Presidente Prudente abriga o número mais expressivo de pessoas indígenas quando não considerada a proporção por habitantes. São 201 pessoas que se declaram como tal vivendo na cidade, o que significa 0,09% do total de 225.668 cidadãos.

Treze cidades da região, por sua vez, não contabilizam pessoas que se declararam indígenas durante a coleta do censo demográfico. Trata-se de Caiabu, Emilianópolis, Flora Rica, Iepê, Mariápolis, Monte Castelo, Nova Guataporanga, Panorama, Piquerobi, Pracinha, Ribeirão dos Índios, Salmourão e São João do Pau D’Alho (veja dados completos na tabela que acompanha este material).

Importância dos dados

O sociólogo prudentino Marcos Lupércio Ramos aponta que, embora o número seja pequeno na região, os dados do IBGE são relevantes do ponto de vista educacional, social e econômico.

“Mesmo não possuindo populações de povos originários, os municípios devem desenvolver, no campo educacional, metodologias e conteúdos que discutam, analisem e promovam a cultura desses povos como parte integrante da formação da cultura nacional e a necessidade de políticas públicas de manutenção do seu modo de vida”, avalia.

Marcos acrescenta que tais discussões são importantes diante da necessidade, por exemplo, da busca do tão propalado desenvolvimento sustentável.

Já nas cidades brasileiras onde há grandes concentrações dessa população, a obtenção desses dados colabora, segundo Marcos, para o planejamento efetivo da aplicação de recursos públicos em torno da oferta de saúde, educação e infraestrutura às comunidades indígenas.

Panorama nacional

De acordo com o IBGE, a população indígena do país chegou a 1.693.535 pessoas em 2022, o que representa 0,83% do total de habitantes. Um pouco mais da metade (51,2%) estava concentrada na Amazônia Legal.

Em 2010, quando foi realizado o censo anterior, foram contados 896.917 indígenas no país. Isso equivale a um aumento de 88,82% em 12 anos, período em que esse contingente quase dobrou. O crescimento do total da população nesse mesmo período foi de 6,5%.

Conforme a responsável pelo projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes, o aumento do número de indígenas no período intercensitário é explicado majoritariamente pelas mudanças metodológicas feitas para melhorar a captação dessa população. “Além disso, existe o fato de termos ampliado a pergunta ‘você se considera indígena?’ para fora das terras indígenas”, explica.

População de indígenas na região de Prudente

Fonte: IBGE