Região tem 17 mulheres na disputa pelo Executivo 

Os 53 municípios da 10ª RA, juntos, possuem 188 candidatos ao cargo de gestão municipal e, deste total, 9,04% são candidaturas femininas

Eleições - WEVERSON NASCIMENTO

Data 09/10/2020
Horário 08:05
Reprodução - Na região, 17 candidaturas são lideradas por mulheres, aponta DivulgaCandContas
Reprodução - Na região, 17 candidaturas são lideradas por mulheres, aponta DivulgaCandContas

Os 53 municípios da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, juntos, possuem 188 candidatos ao cargo de chefe do Executivo e, destes, 17 candidaturas são representadas por mulheres, o que significa 9,04% do total para as eleições majoritárias de 2020. O número de postulantes, portanto, foi igual ao das eleições passadas, em 2016, quando 17 mulheres registraram candidatura para o pleito. As informações são do DivulgaCandContas, desenvolvido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
De acordo como a mestra em sociologia, Olivia Alves de Almeida, o número de mulheres no pleito ainda é bem baixo e, se comparado às eleições municipais anteriores, não houve avanço. “O que se vê ainda é uma política marcada pela tradição patriarcal, em que interessa aos que estão no poder que se mantenha esse perfil, que pouco inclui mulheres, negros, pessoas LGBTQIA+ [lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros ou transexuais, queers, intersexuais, assexuais e mais] ou qualquer tipo de diversidade que possa ameaçar a estrutura estabelecida”, explica.
Com relação à participação política das mulheres na corrida pelo Executivo, Olivia acredita que um dos principais fatores que refletem nesse pequeno número de candidatas ao cargo de prefeita, seja a estrutura patriarcal profundamente enraizada na sociedade ao longo da história, que determinou, por muito tempo, que o espaço público ligado ao poder pertencia apenas aos homens, enquanto às mulheres ficava atribuído o espaço privado da casa com afazeres domésticos e cuidados com os filhos. “Ainda que hoje tenhamos avançado nessas concepções, na prática, ainda não se vê mulheres amplamente ocupando cargos como o de prefeita”, reforça.

Participação na política

A participação da mulher na política carece de estímulos definitivamente, conforme a mestra. Para isso, é preciso investir numa educação emancipadora e crítica que faça a sociedade enxergar a importância da representatividade na política e, que, antes disso, desperte para repensar e desconstruir os papéis de gênero estabelecidos na sociedade, trazendo cada vez mais as mulheres para os espaços de poder ainda dominados por homens.
Segundo Olivia, a representatividade feminina é importante para a própria garantia de direitos das mulheres, já que hoje são homens que tomam decisões, muitas vezes, diretamente relacionadas com a vivência cotidiana das mulheres. “Também se faz relevante no contexto geral da igualdade de gênero na sociedade, para que seja visível a capacidade das mulheres de liderar, bem como de atuar em quaisquer áreas, inspirando as mais jovens e ajudando a construir uma sociedade mais justa”, reforça.

  MULHERES QUE CONCORREM AO CARGO MAJORITÁRIO NA REGIÃO

Município

Candidata ao Executivo

Caiabu

Suelen Nara Matos Mative (Republicanos)

Caiuá

Rute Almeida dos Santos Lima (PTB)

Dracena

Célia Regina Brandani (PT)

Emilianópolis

Ercia Marchi Golla (PV)

Lucélia

Tatiana Guilhermino Tazinazzio Coelho Costa (PV)

Mariápolis

Maria Aparecida Firmino (Republicanos)

Martinópolis

Fernanda Xavier Passos Crepaldi (DEM)

Nantes

Marcia Castilho Cabrera (DEM)

Nova Guataporanga

Lorraine Augusto (Republicanos)

Osvaldo Cruz

Vera Lucia Alves (PP)

Pacaembu

Luzia Jose dos Santos Vecchiatti (PSB)

Piquerobi

Adriana Crivelli Biffe (MDB)

Presidente Epitácio

Cássia Regina Zaffani Furlan (PSDB)

Presidente Venceslau

Bárbara Medeiros Vilches (PV)

Presidente Venceslau

Lucimara da Silva Dias (PSD)

Ribeirão dos Índios

Arlete Aparecida Zanfolin Cancian (PSB)

Sandovalina

Amanda Lima De Oliveira Fetter (PSB)

Fonte: DivulgaCandContas - TSE

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