Reflita antes de fazer uma nova dívida

EDITORIAL -

Data 17/04/2022
Horário 05:20

Conforme revelou recentemente a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), o endividamento atingiu o maior patamar em 12 anos, afetando 76% das famílias brasileiras. Neste contexto extremamente preocupante, mais da metade (53,9%) dos cerca de 12,5 milhões de brasileiros endividados estão com entre 11% e 50% da renda comprometida por dívidas. Em uma situação ainda mais alarmante, 20,8% dos brasileiros endividados, um contingente de 2.603.779 pessoas, estão com mais da metade da renda comprometida por dívidas.

Não é novidade para ninguém que o grau de endividamento das famílias brasileiras sempre foi muito alto. Contudo, certamente, a pandemia agravou esta difícil realidade, que tira o sono, a saúde e a alegria de milhões de pessoas. E a única maneira de mudar este cenário é por meio da educação financeira. É preciso que seja ensinado, com prioridade, aos pequenos, como manter um orçamento doméstico sadio. Infelizmente, muitas pessoas sequer sabem das consequências de se pagar o mínimo do cartão do crédito, e de entrar no cheque especial, por exemplo. Ao ter de encarar juros exorbitantes, o endividado se vê cada vez mais imerso em um “mar de dívidas”. É uma bola de neve.

No Brasil existe uma forte cultura do parcelamento das compras. Trata-se de uma ótima estratégia para se obter um bem durável, algo de maior valor, que seria realmente difícil comprar à vista. No entanto, é preciso ter parcimônia na hora de parcelar. Isso porque muitos consumidores esquecem que de parcelinha em parcelinha, a fatura do cartão de crédito chega tão alta que mais parece uma bomba-relógio: ninguém quer abrir!

Consumir é algo que agrada a quase todo mundo. No entanto, antes de fazer uma nova dívida nunca faça por impulso. Pare antes e se pergunte: eu realmente preciso disso? Como isso irá impactar no meu orçamento? Pois como já dizia o jornalista Robert Quillen: “Muitas pessoas gastam o dinheiro que não têm, para comprar coisas que não precisam, para impressionar pessoas que não gostam”. Será que realmente vale a pena?

 

 

 

 

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