Reflexões de fim de ano

OPINIÃO - Amanda Whitaker Piai

Data 13/12/2024
Horário 05:00

O final do ano é um período curioso. Há algo na combinação de calendários que se esgotam, luzes que piscam e festas que se aproximam que nos convida a uma pausa para refletir sobre a vida. É como se o tempo, frenético ao longo dos meses, de repente decidisse desacelerar, dando espaço para balanços internos. 
Neste momento, é quase inevitável olhar para as metas traçadas no ano anterior. Algumas foram realizadas com louvor, enquanto outras ficaram pelo caminho, guardadas em caixinhas de boas intenções. É natural sentir um misto de orgulho e frustração: orgulhosos do que conquistamos e incomodados com o que não conseguimos cumprir. Mas, e se olhássemos para essas listas com um pouco mais de compaixão?
Nem tudo o que planejamos para um ano cabe em seus 365 dias. Às vezes, os imprevistos nos redirecionam, as prioridades mudam, ou simplesmente não temos a energia que imaginamos. Isso não é fracasso; é vida. Reconhecer esse fato não é desculpa para a procrastinação, mas um lembrete de que somos humanos e, por isso mesmo, imperfeitos.
Ainda assim, devemos ativamente encontrar um espaço para olhar para o que foi conquistado. Por menores que sejam, essas vitórias têm peso e devem ser comemoradas. Talvez tenha sido um hábito saudável que você conseguiu manter, um relacionamento que se fortaleceu, um desafio pessoal que foi encarado. Nem sempre as conquistas são grandiosas, mas todas são de grande valia.
Com o novo ano à vista, a tentação de criar resoluções pode ser irresistível. Porém, construir metas não precisa ser um exercício de repetição ou culpa. É possível olhar para o futuro com mais equilíbrio, considerando não apenas o que queremos alcançar, mas também o que já conseguimos. 
Traçar objetivos reais e atingíveis não significa sonhar menos, mas sonhar com mais consistência. Estabelecer metas que respeitem nossos limites e celebrem nossos avanços nos permite construir um ano não perfeito, mas pleno.
O final do ano não precisa ser um tribunal do que deixamos de fazer, mas um palco onde celebramos o que foi possível. E, ao virar a página do calendário, que cada um de nós carregue na bagagem uma mistura saudável de gratidão pelo passado e esperança pelo futuro. Porque a vida não é sobre alcançar tudo, mas sobre continuar tentando, aprendendo e se construindo, um dia de cada vez. Talvez uma boa meta para 2025 pode começar assim: "Como posso crescer a partir do que já sou?". 
 

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