Com 500 visitantes cadastrados, - o que representa 150 visitas mensais, ou 1,8 mil por ano -, a área de aproximadamente 12 mil metros quadrados da Penitenciária Wellington Rodrigo Segura, do regime semiaberto, no distrito de Montalvão, em Presidente Prudente, tornou-se prioridade de orientação por parte da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) em relação ao combate ao mosquito Aedes aegypti – transmissor do vírus da dengue, do chikungunya e do zika vírus.

Apesar de nenhum caso diagnosticado entre os 300 reeducandos do semiaberto, o órgão municipal, por meio de oito agentes de combate a endemias, realizou na manhã de ontem uma vistoria em toda dependência da penitenciária, que é composta por pavilhões de detenção; escola; quadras poliesportivas; hortas sustentáveis; e espaço para criação de bovinos e suínos. Atividades que, de acordo com a educadora de saúde da VEM, Elaine Bertacco, são "possíveis causadores de focos de transmissão".

"Número de visitantes nos chama a atenção", diz Elaine

A ação representou a parte prática dos ensinamentos, considerando que uma palestra demonstrativa foi realizada pela própria VEM na terça-feira, para cerca de 30 reeducandos. O objetivo, por sua vez, conforme Elaine, é orientar mediante a realidade, sobre as características do mosquito, bem como a respeito da prevenção, que "pode ser realizada por meio de ações conjuntas, como tampar uma caixa que contém água ou até mesmo disseminar as informações para os demais detentos e familiares", haja vista a quantidade de visitas registradas. "A quantidade de visitantes nos chama a atenção, uma vez que um único caso pode possibilitar números em escala", observa a educadora.

Conforme o diretor da unidade, José Carlos dos Santos, esta ação é um apoio às demais que já são realizadas e incentivadas pela SAP (Secretaria de Administração Penitenciária). Segundo ele, entre as medidas colocadas em prática estão a distribuição de cartilhas de prevenção ao mosquito para todos os inclusos do sistema prisional, tanto os do semiaberto - onde foi realizada a atividade -, quanto os do regime fechado, que somam atualmente 1.294 detentos. José observa a atitude como "de extrema importância" para a informação interna. "Saber o que é a doença e quais os métodos de prevenção e tratamento são fundamentais para a tranquilidade dos presos e dos familiares que os visitam", menciona.

 

Providências

Sobre o balanço final da vistoria, a educadora de saúde esclarece que "algumas áreas foram detectadas como de risco" e estas foram levadas ao conhecimento dos responsáveis. "Agora, eles terão que tomar as providências", afirma.

A próxima intervenção no local, como esclarece Elaine, não possui previsão para realização, porém, informa que as explicações são válidas em longo prazo, já que cada um dos que participaram da força-tarefa será um "agente multiplicador de informação".

Questionada, a SAP, até o fechamento desta edição, não informou quais as são as ações periódicas e específicas de combate ao Aedes aegypti, tampouco os possíveis registros de casos de dengue nas penitenciarias da região.

 

Novos casos

Ontem, a VEM também confirmou os primeiros casos positivos de dengue em Prudente já referentes a 2016. Ao todo, são 183 registros. O órgão informa que somente neste ano há outros 709 exames aguardando resultados e mais 892 notificações. Além dos casos de 2016, a VEM divulgou também outros 117 referentes a 2015 e lembra que no passado foram registrados quatro óbitos decorrentes de dengue e, neste ano, um.

Em relação aos registros positivos, a maior parte acometeu moradores da área 4 de Prudente, que compreende bairros como Vila Líder, Cambuci, Itapura 2, Santa Mônica, Jardim Brasília, entre outros da zona leste.