Inaugurada há pouco mais de 45 dias, a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24h do Conjunto Habitacional Ana Jacinta, em Presidente Prudente, já é alvo de reclamações da população que frequenta o local. Tudo porque, de acordo com os pacientes, os três médicos que prestam serviço na unidade durante o dia, bem como os dois profissionais do período noturno, não têm sido suficientes para suprir a demanda de atendimentos. Na tarde de ontem, por exemplo, pelo menos 50 pessoas aguardavam ser atendidas no saguão principal da unidade.

UPA do Ana Jacinta foi inaugurada em 7 de maio
Entre os que aguardavam estava o motorista João Aparecido Simões, 54 anos. Morador do Jardim Humberto Salvador, ele chegou à UPA acompanhado da esposa por volta das 13h. A mulher apresentava quadro de febre e dores pelo corpo, mas após passar por uma triagem inicial teve que aguardar ser chamada pelo médico. "É complicado, a gente sai de longe e deixa de fazer nossas coisas pra vir atrás de atendimento e chega aqui é essa demora", lamentou o motorista, por volta das 16h30 desta quarta-feira.
Também com febre, o mecânico Matheus Henrique Campos Costa, 19 anos, esperava na porta da unidade desde às 14h43. Ele mora em um bairro vizinho ao Ana Jacinta, no Residencial Monte Carlo, e diz que comparece à unidade pela terceira vez desde a inauguração. Contudo, o mecânico afirma que desta vez teve que esperar mais. "Nas primeiras vezes foi mais rápido, hoje demorou mais que o normal, mas aqui está sempre cheio", comenta.
De acordo com eles, tanto a quantidade de pacientes como a demora no atendimento se diferenciam em muito ao serviço disponibilizado pelo antigo PA (Pronto-Atendimento) 24h do bairro, que após a inauguração da UPA passou a funcionar no regime de UBS (Unidade Básica de Saúde). "Está bem diferente, no outro prédio era mais rápido, chegava e não demorava nem meia hora para ser atendido", relata o motorista.
UPA
Inaugurada em 7 de maio, a UPA do Ana Jacinta foi construída por meio de recursos do governo federal, por meio do Ministério da Saúde. No total, a obra custou R$ 2.551.606,13, sendo R$ 2 milhões provenientes da União e R$ 551.606,13 como contrapartida da Prefeitura de Prudente. Desde que foi estabelecida, a unidade passou a ser administrada pelo Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista). A reportagem entrou em contato com a instituição para repercutir o assunto, porém, o consórcio não retornou até o fechamento desta edição.
Conforme o secretário de Saúde da cidade, Sérgio Luiz Cordeiro de Andrade, o local atende atualmente entre 200 e 300 pacientes por dia, mas já chegou realizar mais de 400 consultas diárias. Para ele, o aumento na demanda de atendimentos na unidade, se comparado com o antigo PA, se deu em razão da estrutura que o local disponibiliza. Ainda assim, o chefe da pasta considera que os cinco médicos que prestam serviço na UPA são suficientes. "Vejo como um número bom para atender a demanda", considera o secretário.