A vida cristã é marcada pelos tempos litúrgicos. No centro, a Páscoa (paixão, morte e ressurreição de Jesus) que dá sentido à existência terrena rumo ao céu. Depois, o Natal, antecedido pelo Advento, com a Encarnação de Deus. Na História, Deus veio (contemplamos no presépio), Deus vem (contemplamos nos sacramentos e nas situações diárias de encontro com as pessoas), Deus virá (na Segunda Vinda, quando estabelecerá definitivamente o reinado de Deus entre nós).
A alegria é marca distintiva do cristão porque: 1) se sente profundamente amado; 2) o sentido de sua vida é o amor; 3) nunca se sente sozinho. Vive sempre a alegria da comunhão, tanto dentro –íntima comunhão divina– quanto fora –alegre comunhão com os irmãos; 4) já não teme mais nada. Sabe que está em boas mãos e se sente inteira e constantemente protegido; 5) tem garantida a realização de suas esperanças e desejos. Ele sabe em quem confia; 6) se sente salvo; possui o penhor do Espírito, “que tem sabor de vida eterna”; 7) transforma seu trabalho em vocação; 8) pode iluminar suas realidades obscuras, como o sofrimento, a limitação e o fracasso. Tudo é relativizado com senso de humor; 9) está certo de que nada, nem mesmo seus pecados, o separará do Absoluto, do Amor. Por isso, sabe rir de si mesmo; 10) graças a Cristo, inclusive a morte se transforma em Páscoa. Assim, o cristão é a pessoa da maior esperança.
Se se perguntar o porquê da alegria cristã, a resposta não poderá ser outra senão que a fonte dessa alegria é secreta e misteriosa. Ela não vem originalmente deste mundo. O cristão se satisfaz mais no serviço que no poder, mais na pobreza que no conforto, mais no anonimato que no êxito. Não é uma alegria relacionada diretamente com prazer ou comodidade ou sorte. Tampouco é questão de temperamento ou de receita psicológica ou de terapia vital. Está no extremo oposto da diversão pré-fabricada ou da droga hedonista (que propõe felicidade como única razão da existência) ou da euforia do álcool. A alegria cristã vem do Senhor. É um dom ou fruto do Espírito.
Por amor, pelo amor e para o amor. Todas as razões se resumem numa só: o amor. Só quem se sente amado e ama pode viver uma intensa e grande alegria. Entretanto, não conheço nada do amor e menos ainda do amor de Deus. O amor não procura motivos para amar. O amor de Deus é sempre gratuito. Beleza e perfeição nunca são causa do amor de Deus, mas o efeito. Seu amor cria, recria, deleita e santifica. Deus é Amor. Na liturgia e na vida, é celebrado e vivido o amor de Deus manifestado nos corações.
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!