Em muitas empresas, a primeira parcela do 13º salário está prevista para cair na conta dos funcionários até dia 30 de novembro. Diante disso, Fernanda Bagli, que é consultora financeira e supervisora da Empresa Júnior da Toledo Prudente Centro Universitário esclarece algumas dúvidas comuns das pessoas em relação a este dinheirinho extra que é sempre bem-vindo no final de ano.
Fernanda, qual é o melhor uso para o 13º salário?
É importante aproveitar esses ganhos extras para quitar as dívidas. Caso a situação financeira esteja equilibrada, o ideal é que seja reservado um percentual desse valor para as contas de início de ano (IPVA [Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor], IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano], material escolar e matrículas). O ideal é que para estas despesas já previstas seja feita uma poupança mensal para pagá-las. Um exemplo: se o IPVA irá custar R$ 3 mil, economize R$ 250 todo mês. O restante aproveite para efetuar compras à vista, sempre comprando o que realmente é necessário, pesquisando preços, e sem exageros.
O trabalhador espera essa bonificação com ansiedade...
Fim de ano é um período de festas e todos os trabalhadores de um emprego formal têm direito ao 13º salário. Por ser um período onde há compras de presentes para família e amigos, festas e férias, as pessoas tendem a esperar essa bonificação com bastante expectativa, mas, para quem tem dívidas, é importante encarar esse ganho como um reforço a mais no orçamento familiar. Então, aproveitar essa bonificação para quitação de dívidas (caso tenha) é a melhor opção, pois dinheiro extra somente no próximo ano. Se a pessoa utilizar de maneira errada, começará o ano com uma saúde financeira prejudicada, e isso tende a aumentar à medida que novas contas vão surgindo.
Como escolher quais dívidas devem ser priorizadas?
Em vez de pagar as contas menores, recomenda-se quitar aquelas sobre as quais incidem juros maiores, como cartão de crédito e cheque especial. Mas também é preciso colocar em dia as dívidas de serviços essenciais, como água e luz, ou seja, é preciso mesclar as dívidas que penalizam mais financeiramente com aquelas que geram sanções.
A pessoa deve usar uma parte para realizar algum desejo pessoal?
Assim como em tudo na vida, quando o assunto é economia é preciso fazer escolhas constantemente. Afinal, o dinheiro quase nunca é suficiente para comprar tudo o que queremos e ainda pagar todas as contas. Avalie sua situação financeira.
É difícil organizar o orçamento?
Organizar o orçamento não é tarefa fácil, exige disciplina e acompanhamento. Isso deve ser feito por meio do orçamento doméstico, ou seja, anotar o quanto você recebe, quanto tem para pagar (muitas pessoas não sabem exatamente o quanto devem!), e é uma forma de começar a economizar, administrar seu dinheiro com consciência. Viver endividado não é fácil, por isso, é importante destacar a necessidade de não deixar a situação fugir do controle. E, além de pagar as contas, é importante criar novos hábitos, cortar despesas desnecessárias para equilibrar o orçamento. Pois pequenas despesas podem gerar um gasto grande no fim do mês.
Qual seria a dica para se atentar a estes detalhes econômicos?
Uma estratégia é começar a prestar mais atenção ao seu orçamento para identificar: quais de seus gastos são essenciais para você; quais são supérfluos, mas importantes; quais são supérfluos e dispensáveis; e quais de seus gastos você pode considerar como desperdícios. Esse pode ser um jeito mais eficiente de começar a controlar suas contas e economizar.