Quer apostar comigo?

Roberto Mancuzo

CRÔNICA - Roberto Mancuzo

Data 08/10/2024
Horário 06:00

Quer apostar comigo que você vai até o final desta crônica sobre as bets?

Pois é, apostar virou quase que uma unanimidade neste país. Se você não aposta, pelo menos conhece alguém que faz a “fezinha” de sempre ou já esbarrou nas últimas notícias do governo tentando regularizar este mundo doido e cheio de craques da aposta.

Tem o cunhado que assiste todas as partidas de futebol e diz que tem as manhas; tem o iludido que já ouviu, viu e acreditou na história do cara que vive só de bets; tem o especialista que jura que é só estudar probabilidade e estatística que dá para quebrar a banca.

Bets é a pinga da vez dos viciados em jogos. Coisa que nem é tão de hoje. A mania já teve outros nomes.

Se você, como eu, viveu os perigosos anos 80 sabe que em cada cidade havia sempre um corredor escuro e úmido no centro da cidade onde um cara barbudo e mal encarado fazia apostas em bloquinhos de papel fino, cor de creme, do famoso Jogo do Bicho.

Era só ir lá e apostar. Às vezes até o pai mandava os filhos para cercar algum bicho. “Cercar” significa jogar de uma forma que valha para todos os números que serão sorteados. Se eu já fui? Nunca direi, mas não nego.

A escolha do bicho para aposta dependia de qualquer tipo de desculpa que fizesse sentido. Aliás, na verdade, o que mais decidia a escolha do bicho era o sonho. Qualquer sonho virava motivo para definir o bicho do dia e tinha até livro que ajudava os apostadores. Era sonhar, conferir nas páginas do “Grande Livro dos Sonhos” e cravar.
 
Bons tempos. Não tinha Tigrinho, mas tinha o Tigre 22. Não tinha Doutora, mas tinha o doutor Castor, que no fundo era de fato o grande Embaixador da parada, se é que me entendem.

Enfim, o Jogo do Bicho continua aí firme e forte, mas você quer apostar que as Bets não só vieram para ficar como vão abrir as portas para os casinos no Brasil? 
 

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