Queimadas

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista que avisa: quem se arma até os dentes corre o risco de morrer de fome, pois não consegue se alimentar

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 29/08/2024
Horário 05:30

Onde há fumaça bem que deveria indicar a presença de índios fumando o cachimbo da paz com grileiros ou garimpeiros. Onde há fumaça há fogo mesmo. Botaram fogo no Brasil e não foi a galinha, que apenas bota ovos. 
Enquanto batuco estas mal digitadas linhas, os focos de incêndios em São Paulo já somam mais de 25 mil em todo o Estado, em agosto. Houve um aumento de queimadas em comparação com agosto do ano passado, quando foram registrados pouco mais de 17 mil incêndios.
Até agora, seis suspeitos foram presos e cabe a pergunta: por que eles fizeram isso? Gente morreu, animais também. Pelo menos três pessoas morreram e confesso que fiquei assustado ao ler a notícia de que 500 cabeças de gado foram vítimas do fogo na região de Birigui.
Um suspeito disse que recebeu R$ 300 para tocar fogo em uma área verde. Um cabra safado o chamou para a sinistra missão. Por quê? Prejuízos passam de R$ 1,5 bi. Há um clima esquisito no ar e fala-se muito em incêndio criminoso para não dizer outra coisa.
Caso sejam declarados culpados, esses trastes deveriam pagar caro e passar um bom tempo na cadeia vendo o sol nascer quadrado ou em formato de triângulo. Foram longe demais, suas ações nefastas mataram pessoas e animais, sem contar os danos causados à flora.
Por falar em flora, vale lembrar o diálogo entre um grileiro e um ecologista na Amazônia. Enfático e ameaçador, o grileiro foi claro: "Olha, rapaz, aqui na Amazônia homem não tem palavra, mulher não tem honra e árvore não tem raiz". Pobre natureza do Brasil. Está lascada e tem pouca proteção. Vale parafrasear o Barão de Itararé: "Há alguma coisa no ar além da umidade relativa do ar".
 
DROPS

Lição de ecologia do cacique Raoni: "Se corta árvore, sol esquenta, vento aumenta e água some".

Ao desistir da reeleição, Jo Biden já estava Kamala pronta.

As guerras Rússia x Ucrânia e Israel x Palestina são duas sucursais do inferno na Terra.

Liberem a droga e proíbam a música.
(Millôr Fernandes, sobre certos festivais com músicas sem qualidade)

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