Muitos empresários ainda não se deram conta da importância da gestão do conhecimento. Para ilustrar, vejam o exemplo a seguir: Josevaldo pediu demissão da indústria de alimentos em que trabalhou por mais de 20 anos de um dia para o outro e foi trabalhar em um concorrente.
Ele era responsável pelo departamento de compras e sua saída revelou um problema que muitas empresas subestimam até ser tarde demais: a falta de gestão do conhecimento. Durante todo o seu tempo na empresa, Josevaldo centralizou o controle das informações críticas da cadeia de fornecedores, não documentando processos nem compartilhando esses dados com outros membros da equipe. Com sua saída, levou consigo todo o conhecimento sobre os fornecedores, deixando a empresa vulnerável e sem acesso a informações essenciais para o funcionamento da operação.
Esse caso é um exemplo claro da importância de se implementar uma estratégia de gestão do conhecimento. O conhecimento acumulado em uma empresa não pode estar concentrado em uma única pessoa. Quando esse conhecimento é retido de forma isolada, a empresa não apenas corre o risco de perder acesso a informações valiosas, mas também compromete sua capacidade de operar de forma eficiente e competitiva.
No conceito de gestão do conhecimento, essa situação expõe a falta de uma política clara de captura e compartilhamento de conhecimento explícito (informações formais, como contratos e condições) e conhecimento tácito (entendimento pessoal e experiência). Josevaldo, ao reter essas informações e evitar o compartilhamento com terceiros, boicotou a capacidade da empresa de se proteger contra sua eventual saída. Como resultado, não havia um backup de procedimentos, contatos ou estratégias que sustentavam o relacionamento com os fornecedores.
Outro ponto central é a ausência de uma cultura de compartilhamento de conhecimento dentro da empresa. O funcionário, ao trabalhar isoladamente, impediu a criação de uma rede de aprendizado organizacional. Em empresas onde a gestão do conhecimento é levada a sério, processos como a seleção e manutenção de fornecedores são documentados e atualizados continuamente, tornando-se um ativo da organização, e não de um único indivíduo.
Esse cenário pode ser evitado com a criação de procedimentos documentados, manuais de operação e o incentivo ao trabalho colaborativo, onde o conhecimento é compartilhado entre equipes. Além disso, o uso de tecnologias e ferramentas de gestão, como bancos de dados compartilhados e sistemas de gestão de fornecedores, pode garantir que as informações estratégicas permaneçam acessíveis para a organização.
A saída de Josevaldo, que representou a perda de informações vitais, é um alerta para todas as empresas que ainda não possuem uma política robusta de gestão do conhecimento. O conhecimento é um dos recursos mais valiosos de qualquer organização, independente de seu tamanho, e sua perda pode colocar o negócio em risco.
E na sua empresa, é feita a gestão do conhecimento ou você cegamente acredita que seu negócio é uma exceção universal?
Esse assunto será discutido em um dos próximos episódios do Canal @Casos Empresariais no YouTube. Se você ainda não se inscreveu, te convidamos a se juntar a nós nessa jornada repleta de troca, com muito conhecimento, experiências e informações.