Psicóloga fala da importância de um profissional da área acompanhar pessoas com TEA

Luciene Alves também relata sua especial vivência, sua experiência com o adolescente Davi Gois, 13 anos, que ela acompanha na psicologia do esporte, há cerca de um ano

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 02/04/2023
Horário 04:55
Foto: Cedida
Luciene, psicóloga e educadora física, acompanha Davi há cerca de 1 ano
Luciene, psicóloga e educadora física, acompanha Davi há cerca de 1 ano

Neste domingo, quando é lembrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, a psicóloga e educadora física, Luciene Alves, 50 anos, que trabalha com abordagem terapia cognitivo comportamental, na Clínica Evoluir Centro de Psicologia de Presidente Prudente, faz questão de falar um pouco sobre a contribuição de um profissional da sua área no desenvolvimento do paciente com TEA (Transtorno do Espectro Autista), e, principalmente, relatar sua especial vivência, sua experiência com o adolescente Davi Gois, 13 anos, que ela acompanha na psicologia do esporte, em home care (atendimento domiciliar), há mais ou menos um ano. 
Ela conta que desenvolve com Davi um trabalho às quartas e sextas-feiras, com modalidades esportivas que ele gosta de praticar, como o basquete e futebol. E na ocasião é efetivada a técnica de reforço positivo durante as atividades, evidenciando que a prática do exercício físico aumenta a produção de endorfina e serotonina no corpo, que são os hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar, vitalidade e satisfação.
“Durante as atividades ele conversa, conta histórias, se questiona, compartilha a bola, cria movimentos, se supera e me surpreende a cada sessão. Nesse tempo, ele teve uma considerável evolução no seu desenvolvimento em diversos aspectos comportamentais, motor, comunicação verbal não verbal e na interação social”, expõe satisfeita a psicóloga.

Contribuição do psicólogo

Conforme a profissional, é importante que o autista tenha o acompanhamento de um psicólogo, uma vez que tem a finalidade de torná-lo mais independente, para que ele aprenda a lidar melhor com a frustração, com o medo, a agressividade, tendo assim uma melhora na sua qualidade de vida. 
Segundo ela, o método ABA é realizado no tratamento do TEA, utilizando a técnica do reforço positivo, que é de extrema importância na evolução do comportamento e da aprendizagem do indivíduo que tem o transtorno.
“Na clínica atendo crianças que se encontram em diferentes níveis do TEA, com diversas características, movimentos repetitivos, dificuldade de interagir socialmente, como manter o contato visual, compreender gestos comunicativos, identificar expressões faciais, expressar suas próprias emoções, fazer amigos, etc”, menciona a especialista.
O TEA é caracterizado por dificuldade no desenvolvimento neurológico, que afeta diretamente três pilares, sendo eles: a comunicação, a interação social e o comportamento do paciente. “Portanto, é evidente a evolução do Davi mediante o tratamento na psicologia do esporte, por meio do estímulo resposta através do esporte, que gera um reforçamento no comportamento positivo”, pontua Luciene.

Peculiaridades de cada um

Todos os pacientes com TEA têm suas peculiaridades como dificuldades na fala, linguagem, comunicação, comportamento, em alguns casos apresentam sensibilidade sensorial hipersensível ou hiposensível a estímulos.
“Percebo nos atendimentos a dificuldade que eles têm de lidar com a frustração, ouvir o ‘não’, o sofrimento que é para alguns pacientes se despedirem dos brinquedos e aceitar que aquele momento de sessão teve o fim e que ele não gostaria que tivesse”, cita.
Ela enfatiza que as pessoas precisam buscar informações para não agir com preconceito com crianças e adultos com TEA. De acordo com ela, é necessário a busca por conhecimento, por entender o que é o transtorno do espectro autista, as condições neurológicas, as limitações que estes têm. “Ou seja, entender que a pessoa com TEA tem condições iguais a todos. É necessário que as pessoas tenham o entendimento para não agir com falas capacitistas que podem ofender ou gerar sensações de desconforto quando direcionadas a pessoas autistas”, acentua a psicóloga.

Foto: Cedida


Davi gosta de jogar basquete e futebol com Luciene, atividades que a profissional trabalha com ele

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