Com o avanço das tecnologias para smartphones, as pessoas não conseguem mais ficar longe do seu celular, situação que aumenta os riscos da dependência aos eletrônicos. De acordo com a psicóloga Aline Tanaka Campos Filitto, isso porque, entre outras formas, atualmente, os dispositivos móveis têm passado a fazer parte da vida das pessoas, tanto na forma de comprar, de se comunicar, como também de se divertir e trabalhar.
No entanto, segundo ela, é preciso saber que trazem impacto na vida das pessoas. “Muitas vezes, não paramos para observar os prejuízos que o uso excessivo pode trazer, como a dependência, problemas de sono, ansiedade. As pessoas usam os eletrônicos em todos os lugares, principalmente o celular, que hoje está com você o tempo todo”, expõe Aline.
Ela vai além e salienta que, muitas vezes, as pessoas estão perdendo o diálogo presencial, o olhar nos olhos, o contato físico, canalizando sua vida para o virtual. “Um aspecto importante é que o mundo virtual traz recompensas positivas na vida, onde algumas pessoas fantasiam uma vida que não existe, ou se comparam com outras pessoas”, pontua.
A especialista destaca que o uso exacerbado de aparelhos eletrônicos pode causar dificuldade de relacionamento interpessoal e social. “Isso porque as pessoas tendem, assim, a se habituar ao mundo virtual, o que pode resultar em fobia social, ansiedade, síndrome do pensamento acelerado, síndrome do pânico, insônia”, frisa.
A psicóloga diz que a tecnologia está se tornando uma espécie de “babá eletrônica”, e os pais não conseguem medir as consequências disso. “É comum ver, em festas infantis, crianças isoladas, com o celular do pai ou da mãe na mão em vez de estar brincando com os colegas. Esse comportamento interfere no desenvolvimento emocional do indivíduo, o que pode acarretar transtornos na fase adulta”, frisa a profissional.
Ela diz que é recomendado que os pais não deem smartphones e tablets para crianças muito novas e monitorem como os filhos estão usando a internet. Quanto mais interativo é o aparelho, maior o potencial de dependência. Para não sofrer desse mal, recomenda-se moderação, mesmo que o smartphone ou a internet sejam essenciais para determinadas atividades.
“É aconselhado que as pessoas fiquem ao menos uma hora por dia longe do celular e desabilitem as notificações automáticas de e-mail e redes sociais. Também é de suma importância fazer atividades ao ar livre, com encontros presenciais com outras pessoas, para não perder a interação social”, aconselha Aline.
SAIBA MAIS
Sintomas comuns de dependência aos eletrônicos
– Preocupação constante com o que acontece na internet quando está offline;
– Necessidade contínua de utilizar a web como forma de obter excitação;
– Irritabilidade quando tenta reduzir o tempo de uso;
– Utilização da internet como forma de fugir de problemas ou aliviar sentimentos de impotência, culpa, ansiedade ou depressão;
– Mentir para familiares para encobrir a extensão do envolvimento com as atividades online;
– Diminuição ou piora do contato social com amigos e familiares;
– Falta de interesse em atividades fora da rede;
– Comprometimento das atividades profissionais e acadêmicas, como perda do emprego ou não ser aprovado na escola;
– Lesões nas articulações dos dedos causadas pela intensa digitação;
– Duração dos sintomas acima descritos por período maior que seis meses.
Foto: Cedida
Aline diz que uso exacerbado de eletrônicos pode causar dificuldade de relacionamento