Ele esteve nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, fez bonito, deu orgulho não apenas para a região, mas para todo o país que representou na competição, e trouxe na bagagem uma medalha de prata na categoria parabadminton. A emoção e o sorriso no rosto de Rogério Júnior Xavier de Oliveira, 18 anos, juntos, motivaram na tarde de ontem, diversas crianças e de diferentes idades do Sesi (Serviço Social da Indústria) do Parque Furquim, em Presidente Prudente, em uma recepção pra lá de calorosa do local em que treina e que foi um dos responsáveis pela conquista. “Representa muito para mim como atleta poder participar de um evento tão grande. O trabalho agora continua para as próximas competições, sem folga”, lembra, em tom de brincadeira.
A entrada do jovem na modalidade começou há cinco anos, quando ele teve a oportunidade de conhecer através de uma palestra, as aulas oferecidas pelo Sesi. À época, ele afirma que tinha muitos sonhos e muita vontade de “chegar lá”, mas que não imaginava a rapidez com que essa realização ocorreria. “Para falar a verdade, até hoje minha ficha não caiu”. Questionado sobre a competição, ele lembra que a maior dificuldade foi justamente a classificação, já que a decisão ocorreu de forma acirrada, já nos acréscimos do segundo tempo, o que trouxe um gostinho de vitória ainda maior.
Já sobre a recepção na tarde de ontem na escola, ele expõe que é gratificante servir de referência para tantas crianças, já que ele também teve pessoas em que se espelhava, ídolos que seguia, e que essa é uma forma de fazer com que cada um dos busque seu espaço dentro do esporte através da admiração. “Mesmo com todo o reconhecimento, agora temos que trabalhar para uma próxima competição que gostaríamos de participar, na Dinamarca, mas ainda precisamos fechar os detalhes e ver se de fato iremos”. De qualquer forma, os treinos seguem intensos.
Com oito centímetros de diferença de uma perna para a outra, ele compete na classificação da modalidade SL 4 (membro inferior). Para ele, não é preciso se abalar com as deficiências, mas sim, usá-las a seu favor. “Fui em uma delegação composta por 512 atletas e que trouxeram 308 medalhas. Foram diferentes tipos de deficiência, mas o semblante no rosto de cada uma daquelas pessoas mostrava a importância do evento, mesmo com suas limitações. A sensação em cima do pódio é indescritível”. Ele finaliza ao dizer que não há barreiras para as vitórias, basta ter força de vontade. “Se você quer, você consegue”.
Motivos de orgulho
A técnica Mayara Bacarin Bressanin acompanhou a atividade de ontem e lembrou para a reportagem que desde quando o atleta começou no esporte, a expectativa em cima dele já era grande. “Vimos que ele se destacava e que ganhava espaço na modalidade. Inicialmente, a intenção era a colocar ele na categoria convencional mesmo, mas quando vimos que ele tinha condições de disputar o paradesporto, não hesitamos”.
A responsável por convidar o jovem para conhecer o mundo, como na experiência que teve na Colômbia em 2016, lembra que a partir de agora, é preciso trabalhar forte em cima da conquista. “Ele tem capacidade de trazer o ouro, e vamos atrás disso”.
Fotos: José Reis
Modalidade SL 4 resultou na medalha de prata da competição
Mayara: “Trabalhos seguem intensos para próximas competições”