Presidente Prudente é a cidade com maior incidência de dengue no Estado de São Paulo, conforme o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, referente à Semana Epidemiológica 8. Com incidência acumulada de 2.003,7 casos para cada 100 mil habitantes, Prudente é a única do Estado que aparece no ranking das cidades com faixa populacional de 100 mil a 499 mil habitantes e a quarta do país, atrás de Coronel Fabriciano (MG), com incidência acumulada de 3.460; Paranaguá (PR), de 2.751,2; e Itabuna (BA), 2.119,9.
Outras duas cidades do Estado, com diferentes faixas populacionais, se encontram no boletim, mas não têm incidência tão alta quanto Prudente. Ribeirão Preto lidera o ranking dos municípios de 500 mil a 999 mil habitantes, com incidência acumulada de 1.335,2, e Campinas, entre os municípios com mais de 1 milhão de habitantes, e incidência de 1.273,9 casos para cada 100 mil pessoas.
O boletim epidemiológico conta com dados atualizados até o dia 1º deste mês, e, conforme o secretario de Saúde de Prudente, Sérgio Luiz Cordeiro de Andrade, a tendência é de que as catalogações da dengue comecem a diminuir cada vez mais, e que a cidade perca o destaque do ranking nos próximos meses por conta disso. Isso porque os trabalhos de nebulização foram intensificados a partir da semana passada, quando o Ministério da Saúde encaminhou o veneno para o combate ao
Aedes aegypti.
De acordo com o titular da pasta, desde novembro do ano passado, a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) solicitava reposição do veneno, o que não havia ocorrido até então. "Já estamos sentindo uma diminuição bem grande também nos atendimentos nas unidades de saúde, que estão cada vez menos lotadas", aponta o secretário de Saúde.
Faltam apenas que sejam catalogados mais 72 casos de dengue para que Prudente chegue às 5 mil confirmações. Das 4.928 catalogações da doença registradas até agora, 2.209 são referentes a janeiro, 2.154 a fevereiro e 565 a março. A cidade soma ainda mais de 9 mil notificações.
H1N1
A VEM confirmou nesta semana três casos positivos da Influenza A (infecção pelo vírus H1N1) na cidade, além de afirmar que outros dez exames ainda não obtiveram seus resultados laboratoriais. Para Sérgio Cordeiro, é cada vez maior o receio de que ocorra um crescimento nos casos da gripe ao mesmo tempo em que a cidade usa todas as suas forças para tentar combater a dengue.
"Além disso, tem zika, chikungunya, leishmaniose, tudo ao mesmo tempo, e todas são uma grande preocupação", diz o secretário. Entretanto, ele espera que com a chegada do outono e, posteriormente do inverno, e a continuidade dos trabalhos de combate, seja possível evitar que surtos da influenza e da dengue ocorram simultaneamente, como alertado pelo médico infectologista José Wilson Zangirolami e noticiado ontem com destaque por este diário.
