Prudente tem caso suspeito de Mpox

Informação também foi publicada no Painel de Monitoramento dos casos da doença do Estado de São Paulo; caso ainda aguarda resultado de exames

PRUDENTE - Cassia Motta

Data 27/08/2024
Horário 17:33
Foto: Ministério da Saúde
Pessoas com Mpox geralmente apresentam erupção cutânea (feridas na pele), juntamente com outros sintomas
Pessoas com Mpox geralmente apresentam erupção cutânea (feridas na pele), juntamente com outros sintomas

Um caso suspeito da Mpox em Presidente Prudente está sendo acompanhado pelo GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica) do município. A informação também foi publicada no Painel de Monitoramento dos casos da doença do Estado de São Paulo. Ainda segundo informações da Prefeitura de  Prudente, amostras vão ser encaminhadas para o IAL (Instituto Adolpho Lutz), em São Paulo, para exames confirmatórios.

A Mpox recebeu o mais alto nível de alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde) neste mês de agosto: Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Segundo o médico infectologista Luiz Euribel Prestes Carneiro, não se trata de uma pandemia, como foi declarado para a Covid-19. “A grande preocupação é o número crescente de casos registrados na República Democrática do Congo, que já confirmou aproximadamente 14 mil casos somente neste ano, incluindo 450 óbitos. Além disso, a doença vem se espalhando pelos países vizinhos. Uma mutação ocorrida no vírus deixou a doença mais transmissível”, explicou o médico.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que está atenta ao cenário epidemiológico e monitora os casos de Mpox no Estado de São Paulo. A secretaria expõe ainda que o Hospital Emílio Ribas é referência para o atendimento de casos graves da doença no Estado. De janeiro deste ano até o último dia 22, foram confirmados 407 casos de Mpox no território paulista. O número é bastante inferior aos 4.129 casos confirmados em 2022, quando a doença atingiu o pico em âmbito estadual.

Segundo a pasta, os serviços de saúde de todo o Estado já possuem recomendações técnicas de monitoramento e acompanhamento à doença, para que, de forma preventiva, possam auxiliar a população. 

Infecção por vírus

De acordo com o infectologista Luiz Euribel, a Mpox, anteriormente conhecida como “monkeypox”, é uma infecção causada por um vírus (monkey: macacos/pox: varíola), ou varíola dos macacos. “Este vírus faz parte da mesma família do vírus que causa a varíola [poxvirus]. Foi descrito em 1958 a partir de um surto em macacos na África, que não são reservatórios do vírus”. 

Segundo o especialista, o primeiro caso humano foi registrado em 1970 na República Democrática do Congo. Em maio de 2022 começaram a surgir casos humanos fora do continente africano, onde a doença não era encontrada, como na Espanha e em Portugal, e a partir desses países se espalhou rapidamente por todos os continentes. Nessa ocasião, a Organização Mundial de Saúde lançou um alerta epidemiológico com informações sobre a doença.

Transmissão

O infectologista explica que as principais formas de transmissão da Mpox são através do contato direto com pessoas infectadas pele a pele, através de fluidos corporais como esperma ou saliva, contato com feridas infectadas e através do contato prolongado com secreções respiratórias de um paciente infectado.

Na prevenção, segundo o médico, a OMS preconiza evitar contato com pessoas que apresentam sintomas da doença, incluindo beijos, abraços e relação sexual. O uso de máscara de proteção e higienização das mãos de maneira adequada e frequente, também é recomendável. O médico alerta que pessoas com quadro suspeito devem procurar imediatamente uma unidade de saúde.

Já a Secretaria de Estado da Saúde orienta a evitar contato íntimo ou sexual com pessoas que tenham lesões na pele; evitar beijar, abraçar ou fazer sexo com alguém com a doença; higienizar as mãos e usar álcool em gel; não compartilhar roupas de cama, toalhas, talheres, copos, objetos pessoais ou brinquedos sexuais e usar máscara, protegendo contra gotículas de saliva, entre casos confirmados e contactantes.

Sintomas mais comuns

Luiz Euribel explica ainda que pessoas com Mpox geralmente apresentam erupção cutânea (feridas na pele), juntamente com outros sintomas. A erupção cutânea passará por vários estágios, incluindo crostas, antes de curar. Os sintomas duram de 2 a 4 semanas. “Embora os casos de Mpox não sejam fatais, algumas pessoas podem ter mais probabilidade de ficar gravemente doentes, incluindo pessoas com sistemas imunológicos gravemente enfraquecidos como portadores de HIV/aids, pós-transplantados, em uso de quimioterapia prolongada e com imunodeficiência primária ou secundária, crianças menores de 1 ano, pessoas com história de doenças de pele como eczema e gestantes”.

A pasta estadual da Saúde acrescenta que os principais sintomas da doença são: febre, fraqueza, linfonodos inchados, dores musculares, dores nas costas, dor de cabeça, dor de garganta, congestão nasal ou tosse.

Tratamento

O infectologista explica que não há nenhum tratamento antiviral aprovado atualmente para Mpox. “O paciente infectado deve ser tratado com sintomáticos para melhorar a febre, a dor e as feridas espalhadas pelo corpo. A vacina contra Mpox é direcionada para o público prioritário que, neste momento, consiste em homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais, com 18 anos ou mais, que vivem com HIV/Aids. No Brasil, o imunizante contra a doença foi liberado pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] desde agosto de 2022”.

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