Um caso suspeito da Mpox em Presidente Prudente está sendo acompanhado pelo GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica) do município. A informação também foi publicada no Painel de Monitoramento dos casos da doença do Estado de São Paulo. Ainda segundo informações da Prefeitura de Prudente, amostras vão ser encaminhadas para o IAL (Instituto Adolpho Lutz), em São Paulo, para exames confirmatórios.
A Mpox recebeu o mais alto nível de alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde) neste mês de agosto: Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Segundo o médico infectologista Luiz Euribel Prestes Carneiro, não se trata de uma pandemia, como foi declarado para a Covid-19. “A grande preocupação é o número crescente de casos registrados na República Democrática do Congo, que já confirmou aproximadamente 14 mil casos somente neste ano, incluindo 450 óbitos. Além disso, a doença vem se espalhando pelos países vizinhos. Uma mutação ocorrida no vírus deixou a doença mais transmissível”, explicou o médico.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que está atenta ao cenário epidemiológico e monitora os casos de Mpox no Estado de São Paulo. A secretaria expõe ainda que o Hospital Emílio Ribas é referência para o atendimento de casos graves da doença no Estado. De janeiro deste ano até o último dia 22, foram confirmados 407 casos de Mpox no território paulista. O número é bastante inferior aos 4.129 casos confirmados em 2022, quando a doença atingiu o pico em âmbito estadual.
Segundo a pasta, os serviços de saúde de todo o Estado já possuem recomendações técnicas de monitoramento e acompanhamento à doença, para que, de forma preventiva, possam auxiliar a população.
De acordo com o infectologista Luiz Euribel, a Mpox, anteriormente conhecida como “monkeypox”, é uma infecção causada por um vírus (monkey: macacos/pox: varíola), ou varíola dos macacos. “Este vírus faz parte da mesma família do vírus que causa a varíola [poxvirus]. Foi descrito em 1958 a partir de um surto em macacos na África, que não são reservatórios do vírus”.
Segundo o especialista, o primeiro caso humano foi registrado em 1970 na República Democrática do Congo. Em maio de 2022 começaram a surgir casos humanos fora do continente africano, onde a doença não era encontrada, como na Espanha e em Portugal, e a partir desses países se espalhou rapidamente por todos os continentes. Nessa ocasião, a Organização Mundial de Saúde lançou um alerta epidemiológico com informações sobre a doença.
O infectologista explica que as principais formas de transmissão da Mpox são através do contato direto com pessoas infectadas pele a pele, através de fluidos corporais como esperma ou saliva, contato com feridas infectadas e através do contato prolongado com secreções respiratórias de um paciente infectado.
Na prevenção, segundo o médico, a OMS preconiza evitar contato com pessoas que apresentam sintomas da doença, incluindo beijos, abraços e relação sexual. O uso de máscara de proteção e higienização das mãos de maneira adequada e frequente, também é recomendável. O médico alerta que pessoas com quadro suspeito devem procurar imediatamente uma unidade de saúde.
Já a Secretaria de Estado da Saúde orienta a evitar contato íntimo ou sexual com pessoas que tenham lesões na pele; evitar beijar, abraçar ou fazer sexo com alguém com a doença; higienizar as mãos e usar álcool em gel; não compartilhar roupas de cama, toalhas, talheres, copos, objetos pessoais ou brinquedos sexuais e usar máscara, protegendo contra gotículas de saliva, entre casos confirmados e contactantes.
Luiz Euribel explica ainda que pessoas com Mpox geralmente apresentam erupção cutânea (feridas na pele), juntamente com outros sintomas. A erupção cutânea passará por vários estágios, incluindo crostas, antes de curar. Os sintomas duram de 2 a 4 semanas. “Embora os casos de Mpox não sejam fatais, algumas pessoas podem ter mais probabilidade de ficar gravemente doentes, incluindo pessoas com sistemas imunológicos gravemente enfraquecidos como portadores de HIV/aids, pós-transplantados, em uso de quimioterapia prolongada e com imunodeficiência primária ou secundária, crianças menores de 1 ano, pessoas com história de doenças de pele como eczema e gestantes”.
A pasta estadual da Saúde acrescenta que os principais sintomas da doença são: febre, fraqueza, linfonodos inchados, dores musculares, dores nas costas, dor de cabeça, dor de garganta, congestão nasal ou tosse.
O infectologista explica que não há nenhum tratamento antiviral aprovado atualmente para Mpox. “O paciente infectado deve ser tratado com sintomáticos para melhorar a febre, a dor e as feridas espalhadas pelo corpo. A vacina contra Mpox é direcionada para o público prioritário que, neste momento, consiste em homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais, com 18 anos ou mais, que vivem com HIV/Aids. No Brasil, o imunizante contra a doença foi liberado pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] desde agosto de 2022”.