Prudente tem 2º caso de leishmaniose confirmado

PRUDENTE - BRUNO SAIA

Data 16/12/2016
Horário 08:19
A VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) confirmou ontem o segundo caso de LVA (leishmaniose visceral americana) humana em Presidente Prudente, neste ano. Desta vez, a doença acometeu uma mulher, 67 anos, moradora do Residencial São Paulo, zona oeste da cidade. "A paciente está bem, tranquila e estável", revela o médico infectologista André Pirajá, que acompanha o caso. Segundo o especialista, ela está internada há dois dias e deve permanecer mais cinco dias no hospital, antes de ser liberada. "Ela permanece sob medicação e, depois deste período, terá acompanhamento ambulatorial, mas poderá ir para casa", completa.

Jornal O Imparcial No ciclo da leishmaniose, doença é transmitida do mosquito para os animais e humanos

De acordo com a coordenadora da VEM, Vânia Maria Alves Silva, será iniciado hoje o manejo ambiental em nove quadras ao entorno da residência da moradora. O trabalho consiste na retirada de todo material em decomposição, que deixa a situação propícia para proliferação do mosquito-palha, vetor da doença.

"No bairro, alguns moradores criam galinhas e porcos. Além de retirarmos todo material em decomposição, será pedido também que os munícipes retirem esses animais da área urbana e levem para a rural, já que ambos favorecem o aumento no número do mosquito-palha", ressalta.

Amanhã, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) também deverá iniciar a borrifação, "isso se não houver nenhuma intempérie", informa a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação). Neste primeiro momento, o trabalho será realizado em duas quadras ao entorno da residência da moradora acometida pela doença. "Em janeiro, o trabalho será retomado, pois no bairro tem 230 residências e, além disso, no ano que vem, o CCZ deverá realizar a coleta de amostra de sangue canino novamente neste bairro", informa Elaine Bertacco, educadora de saúde da VEM.

Vânia revela ainda que no Residencial São Paulo e adjacências foram contabilizados mais de 100 cães acometidos com leishmaniose. "Na casa desta senhora, de 2015 até o momento, já teve registro de dois cachorros com a doença. Na rua dela, foram nove casos de 2015 até agora", pontua.

 

Histórico


Vale lembrar que em toda história de Prudente já foram confirmados quatro casos de leishmaniose em humanos. O primeiro foi em 2013, em uma prudentina de 41 anos, moradora no Jardim Santa Mônica; o outro em 2015, em um bebê de um ano e nove meses, no Jardim Cobral. O terceiro caso foi em 2016, em um idoso de 75 anos, do Residencial Universitário, que não resistiu à doença e faleceu.

Em relação aos cães, neste ano, a doença acometeu 167, sendo 155 casos autóctones, ou seja, contraídos na cidade, e outros 12 importados, vindos de outras localidades.

 

SAIBA MAIS

O mosquito-palha se reproduz na terra, em material orgânico em decomposição e, por isso, é fundamental que a população mantenha suas residências e terrenos limpos para evitar a proliferação do inseto, transmissor da leishmaniose. "Ele põe os ovos onde tem fruta podre, restos de plantas, fezes de animais", detalha Elaine Bertacco, lembrando que a presença de galinhas na área urbana também gera grande risco. "O mosquito se alimenta do sangue da galinha ou do cachorro e acaba contaminando também os seres humanos", completa. Os sintomas da doença são febre, emagrecimento e aumento do baço e do fígado.

 
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