Prudente soma 70 cães positivos para leishmaniose em 2024

Em Prudente, as ações de prevenção são realizadas diariamente pelas equipes da UVZ, que visitam residências e orientam moradores; hoje é o Dia Nacional de Combate à Leishmaniose

PRUDENTE - Cassia Motta

Data 10/08/2024
Horário 08:20
Foto: Cedida
Equipes da UVZ visitam residências passando informações aos moradores sobre a doença, além de coletarem amostra de sangue para diagnóstico da leishmaniose
Equipes da UVZ visitam residências passando informações aos moradores sobre a doença, além de coletarem amostra de sangue para diagnóstico da leishmaniose

Hoje (10) é considerado o Dia Nacional de Combate à Leishmaniose, uma doença grave, transmitida pelo mosquito-palha e que pode levar à morte de pessoas e animais. Em Presidente Prudente, segundo levantamento da UVZ (Unidade de Vigilância de Zoonoses), em 2023 foram registrados 200 cães positivos para leishmaniose. Em 2024, até agora, são aproximadamente 70 cães. “Até o momento, os casos estão em média em relação ao ano anterior. Podemos considerar uma certa estabilidade”, afirma Tiago Patrício Ribeiro da Silva, gerente da UVZ.

Em humano, segundo a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), em 2023 foi registrado um caso de leishmaniose, e nenhum em 2024.

Prevenção

De acordo com Tiago, as ações de prevenção à leishmaniose são realizadas diariamente pelas equipes da UVZ, que visitam as residências, passando orientações sobre a doença aos moradores, além de realizar o serviço de coleta de amostra sanguínea dos cães para diagnóstico da doença, por meio de teste rápido e posteriormente exames confirmatórios. “Durante o ano, são desenvolvidas atividades de promoção e prevenção de zoonoses em áreas delimitadas estrategicamente considerando o número de casos positivos já catalogados naquela região, condições de difícil acesso à população, afim de garantir o serviço a todos, além de ações em parceria com outros órgãos municipais e privados como, por exemplo, a Vigilância Epidemiológica e o Abrigo Municipal de Animais”.

O que é a leishmaniose?

A leishmaniose visceral é uma doença grave, transmitida pela picada do mosquito-palha, que pode levar à morte de pessoas e animais. A transmissão ocorre quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi, causador da leishmaniose visceral.

No homem, segundo Tiago, a doença causa febre, emagrecimento, desconforto abdominal, aumento de baço e do fígado, e fraqueza. 

“No ambiente urbano, o cão é o principal reservatório da doença. No entanto, não há transmissão por contato direto com o animal, como nos casos de mordidas ou lambidas. No cão, a leishmaniose visceral causa emagrecimento, fraqueza, queda de pelo, crescimento exagerado das unhas, feridas no focinho, nas orelhas e ao redor dos olhos, além de problemas de pele”. 

A UVZ realiza o exame de forma gratuita e, para prevenir a doença, é preciso limpar os quintais e terrenos, pois as larvas do mosquito-palha proliferam-se em locais com sombra, com vegetação e com acúmulo de matéria orgânica em decomposição, como nas situações de aglomeração de folhas e frutos caídos, além de fezes de animais. “Importante salientar que muitos animais sadios podem estar infectados. São os portadores assintomáticos. Por essa razão, contribuir para a realização da coleta para diagnóstico precoce é extremamente importante”, esclarece Tiago.

Ele acrescenta que a principal ação que os moradores podem realizar consiste em não deixar o mosquito-palha viver em casa, promover a limpeza rotineira de quintal e realizar a poda regular das árvores.

Tratamento

Segundo o Ministério da Saúde, apesar de grave, a leishmaniose visceral tem tratamento para os humanos. Ele é gratuito e está disponível na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Os medicamentos utilizados atualmente para tratar a LV não eliminam por completo o parasito nas pessoas e nos cães. No entanto, no Brasil o homem não tem importância como reservatório, ao contrário do cão - que é o principal reservatório do parasito em área urbana.

Anda segundo o Ministério da Saúde, nos cães, o tratamento pode até resultar no desaparecimento dos sinais clínicos, porém eles continuam como fontes de infecção para o vetor, e, portanto um risco para saúde da população humana e canina. Neste caso, eutanásia é recomendada como uma das formas de controle da Leishmaniose Visceral, mas deve ser realizada de forma integrada às demais ações recomendadas pelo Ministério da Saúde.

O gerente da UVZ, explicou também que para o cão com o diagnóstico positivo para leishmaniose, existe um tratamento alternativo que até o momento não possui comprovação cientifica de possível cura da doença, mas que pode diminuir a carga viral do animal se for corretamente seguido. “A opção por eutanásia ainda existe com as ressalvas definidas. Toda regulamentação necessária para ambos é fornecida e acompanhada pela UVZ. Em caso de dúvidas, só entrar em contato com a UVZ”.

SERVIÇO
O telefone para mais informações na UVZ (Unidade de Vigilância de Zoonoses) é o (18) 3905-4220.

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