Sai mês, entra mês, muda a estação, e o cenário é o mesmo. A dengue continua fazendo vítimas. Conforme o último balanço da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), divulgado na edição de ontem, mais duas mortes decorrentes da doença foram confirmadas em Presidente Prudente, totalizando, apenas em 2023, nove óbitos. Até o momento, a cidade soma 7.924 casos e 3.851 notificações descartadas, sem contar as inúmeras pessoas que aguardam por resultados de exames.
Se antes, nos dias mais quentes e chuvosos (clima propício para o aparecimento do Aedes aegypti), a população já deixava de se proteger, imagina agora, com a chegada do outono. A grande maioria acredita que o pior já passou, que pode relaxar na proteção. Ledo engano. Embora as confirmações de dengue sejam mais numerosas no verão, chuvas menos intensas e dias mais frescos não afastam o perigo da transmissão. Assim, ações de controle e combate ao mosquito devem fazer parte rotina de cada um, durante todo o ano.
Na tentativa de amenizar a situação, além da ampliação do atendimento a pacientes com sintomas (Unidades Básicas de Saúde, Estratégias de Saúde da Família e três pontos de acolhimento no Jardim Santana, Cohab e Centro Cultural Matarazzo), a administração municipal tem investido em ações preventivas e de orientação.
Neste sábado, por exemplo, a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) realiza a 1ª Carreata de Mobilização e Combate à Dengue, a partir das 8h. A concentração será em frente à FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), passando pelas principais ruas e avenidas da cidade.
É extremamente importante que a população participe, interaja, se informe, ajude a chamar a atenção dos moradores que estiverem passando por ali no dia. Haverá dois pontos de panfletagem. Todas as dúvidas podem ser tiradas no local. Leve o panfleto para casa. Mostre o que está escrito aos vizinhos e amigos. Fale da situação de emergência que Prudente e a região se encontram. Hospitais e unidades de saúde lotados, funcionários doentes faltando no serviço e crianças deixando de irem à escola. Os sintomas judiam. A febre desidrata. A indisposição e as dores chegam com tudo. Casos mais graves necessitam de acompanhamento e um cuidado maior.
Por mais que é falado e noticiado, por mais que todos já saibam quais são os criadouros do Aedes e como eliminá-los, ainda existem, infelizmente, muitos mal informados, ou que, sabem dos perigos, e insistem em brincar com a doença. Não cuidam nem do que é seu. A dengue não é tão simples quanto parece. Não se combate a doença sem parcerias. É um trabalho em conjunto, que vai beneficiar a todos. Não deixe os sintomas ou o exame positivo chegarem para então se cuidar. Aja enquanto há tempo!