A tuberculose é uma doença que assombra o mundo há muitos séculos. Famosa pelo medo gerado na antiguidade, já vitimou desde pessoas comuns, até poetas como Castro Alves, vítima da enfermidade aos 24 anos. Em si, a doença tem um estigma de mortal e cruel, sem chances de cura. Porém, com o avanço da medicina, hoje, quando tratada corretamente, a tuberculose é plenamente curável e deixa de ser transmissível em 15 dias do início dos cuidados. Presidente Prudente é referência estadual nos cuidados na área da tisiologia, atendendo não só os casos residentes da cidade, como o de moradores de 45 municípios da região.
A enfermeira do Ambulatório de Tisiologia do Palácio da Saúde, Vivian Aparecida de La Viuda Teixeira Capelari, conta que o programa é uma referência no Estado, não só por tratar da tuberculose básica, mas de outras variações mais complexas. “Nós oferecemos um acompanhamento com o médico especialista, o pneumologista e tisiologista Paulo José Mascarenhas Mazaro, com visitas mensais dos pacientes”. A enfermeira ainda destaca que aqueles que não têm a possibilidade de ir até o local de tratamento, recebem visitas em suas residências.
CUIDADOS
QUE SALVAM
A tuberculose atualmente não é fatal como antigamente, pois existem remédios e procedimentos para cura, porém, a demora e a negligência podem ocasionar a morte do paciente. “Hoje em dia a taxa de mortalidade é bem menor. A tuberculose tem cura e o tratamento é eficaz, porém, dependendo do tempo de demora para começar o tratamento, o paciente pode evoluir a óbito”, pontua a enfermeira.
Em 2018, foram 53 casos diagnosticados em Prudente. Já no ano passado, até a primeira semana novembro, foram confirmados 73 casos. Anualmente ainda existem casos de morte pela doença, mas a região é reconhecida pelo alto índice de cura dos casos de tuberculose, superando os 85%.
“Se você apresenta uma tosse que perdura por mais de três semanas, procure um médico o mais cedo possível”, recomenda Vivian. Segunda a enfermeira, os medicamentos para o tratamento são os mesmos utilizados em todo o mundo, e são disponibilizados gratuitamente para os pacientes. “Os cuidados duram entre seis meses e dois anos, dependo da complexidade”.
Quando um caso é detectado, os moradores da residência são levados para avaliação com o especialista no Palácio da Saúde. “Se você teve contato com um suspeito de tuberculose, ou com um caso confirmado, procure uma unidade de saúde para o teste de escarro”, pontua a enfermeira. Vivian destaca que não existem grupos que têm maior ou menor propensão para a doença, e todos devem se precaver.
Existem casos que o paciente não segue à risca o tratamento. “Tentamos ao máximo para que eles não abandonem os cuidados. Nós visitamos os faltantes, entramos em contato por telefone, porém, existem casos que a localização é impossível, pois alguns mudam de casa, e não atualizam seus cadastros”.
POPULAÇÃO
CARCERÁRIA
A região do oeste paulista é sede de vários presídios. Os locais geralmente são favoráveis a aglomerações, e são suscetíveis à proliferação de doenças. O Ambulatório de Tisiologia também atende a população carcerária da região. “Nós atendemos os pacientes do presídio da cidade aqui mesmo no ambulatório, e os pacientes da região são trazidos para o Palácio da Saúde”, explica Vivian. “Nós atendemos todos os pacientes”.