A Prudenprev (Sistema de Previdência dos Servidores Públicos Municipais de Presidente Prudente) possui em torno de R$ 107 milhões aplicados em fundos administrados pela CEF (Caixa Econômica Federal), de acordo com João Donizete Veloso dos Santos, atual presidente da autarquia. Os investimentos, segundo ele, são para "garantir o benefício de previdência de todos os servidores". Um dia após o protocolo de uma ação civil pública que questiona a regularidade da aquisição de cotas da Bolsa de Valores com recursos da Prudenprev, por ex-diretores da autarquia, Santos ressalta que a função do gestor de uma unidade previdenciária é empregar "todos os esforços a fim de aumentar seu patrimônio", contudo, atuando com "cautela para que haja sempre um superávit". O presidente afirma que resgatará o montante aplicado em 2008 pelos antigos gestores, quando o valor das cotas for, razoavelmente, igual aos R$ 1,5 milhões investidos.
Santos assumiu a Prudenprev em 2009 com o início da gestão do prefeito Milton Carlos de Mello, Tupã (PTB), e ocupou o cargo antes sustentado por Dionísio Roberto Benez Crespo, requerido na ação proposta pelo MPE (Ministério Público do Estado), juntamente com Valdenice Dantas Martins, ex-diretora Administrativo Financeiro da autarquia, função hoje ocupada por Selma Elias Benício Calé. Ele conta que a Prudenprev é formada por um conselho de Previdência Fiscal e, atualmente, por um comitê de investimentos, composto por um grupo de servidores "capacitados e preparados" para deliberar a respeito das aplicações dos recursos previdenciários. "A Prudenprev tem hoje uma gestão muito eficaz. Fazemos um acompanhamento diário do mercado financeiro para garantir os melhores investimentos. Com exceção deste R$ 1,5 milhão, objeto da ação do MPE, todos os nossos recursos são administrados pela CEF, o que nos dá certa traquilidade", coloca.
Resgate
O atual presidente da autarquia não contesta os apontamentos do órgão ministerial em relação à "aventura financeira desastrosa" praticada pela dupla que administrava a unidade em 2008 e cita parte da inicial em que o MPE diz que a nulidade do ato supostamente irregular não pode ensejar, de imediato, o resgate das ações por poder "acentuar a lesão material à autarquia". "Recebemos esta orientação e assim procederemos, resgatando as ações quando houver uma valorização das mesmas para evitar prejuízos", aponta.
Vale citar que, como colocado pelo MPE, em março deste ano, a quantia aplicada pelos ex-diretores apresentava depreciação de mais de R$ 500 mil. A ação está "conclusa para despacho" e o juízo da Vara da Fazenda Pública de Prudente deve se pronunciar sobre o assunto nos próximos dias.
Requeridos
Novamente, a reportagem procurou o ex-presidente da Prudenprev para que se manifestasse quanto à ação civil de improbidade administrativa protocolada pelo MPE. Crespo é servidor da Prefeitura e atua na Semav (Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública), órgão que não disponibilizou seu contato, porém, garantiu que ele seria avisado sobre a tentativa de contato, visto que não estava presente na sede da pasta na ocasião. Mesmo assim, até o fechamento desta edição, não houve retorno. Já Martins, optou por não se pronunciar até que seja oficialmente notificada sobre o caso.