As recentes queimadas que consumiram o interior do Estado de São Paulo levantam questões urgentes sobre a relação entre o ser humano e o meio ambiente, além de revelarem um possível crime ambiental de graves proporções. O cenário de devastação, além de impactar a biodiversidade e a qualidade do ar, expõe a fragilidade da fiscalização e a necessidade de uma atuação mais rigorosa das autoridades.
Depois de cenas assustadoras, o governador Tarcísio de Freitas decretou situação de emergência, por 180 dias, nas áreas de 45 municípios paulistas, por conta das ocorrências de incêndios florestais registradas entre os dias 4 e 24 de agosto. O Decreto 68.805/2024 foi publicado na edição de sábado do DOE (Diário Oficial do Estado). Entre as cidades apontadas no documento, quatro são do oeste paulista: Lucélia, Presidente Epitácio, Rosana e Salmourão.
As imagens dos incêndios florestais, que rapidamente se espalharam pelas redes sociais, mostram não apenas a destruição da vegetação, mas também o sofrimento de animais e a perda de propriedades rurais. Em meio à crise climática global, o Brasil se vê mais uma vez como palco de atos que comprometem sua já delicada situação ambiental. As autoridades têm investigado a origem desses incêndios, e as suspeitas recaem sobre ações intencionais. Se confirmado, estaríamos diante de um crime ambiental que não pode ser tratado com complacência.
O impacto dessas queimadas é sentido de diversas formas. O ar carregado de fumaça atinge cidades a centenas de quilômetros de distância, agravando problemas respiratórios e colocando em risco a saúde pública. A perda de cobertura vegetal contribui para o desequilíbrio climático e coloca em risco espécies animais e vegetais, algumas já ameaçadas de extinção. Além disso, as queimadas afetam diretamente o sustento de agricultores que dependem da terra para viver.
É essencial que as autoridades tratem esse problema com a seriedade que ele exige. É preciso fortalecer a fiscalização ambiental, aplicando as leis com rigor e garantindo que os responsáveis por esses crimes sejam devidamente punidos.
O interior de São Paulo, com sua riqueza natural e sua importância econômica, não pode ser transformado em um campo de cinzas. As ações de hoje determinarão o futuro da região e, em última instância, o futuro de todos. A proteção do meio ambiente deve ser vista como uma prioridade inadiável, e os responsáveis por essas queimadas criminosas devem ser levados à Justiça.