Promotoria abre inquérito sobre atendimento em UPA

Como noticiado ontem por este diário, usuários têm reclamado da demora para serem atendidos na nova unidade do Ana Jacinta

 

O MPE (Ministério Público do Estado de São Paulo) abriu um inquérito civil para apurar o atendimento na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) 24h do Conjunto Habitacional Ana Jacinta, em Presidente Prudente, que, inaugurada há pouco mais de um mês, já é alvo de reclamações da população que frequenta o local, como noticiado ontem por O Imparcial.

Conforme a portaria do inquérito, o objetivo do MPE é verificar se há eventual "ofensa aos direitos dos cidadãos no acesso à saúde em âmbito municipal, os quais não vêm recebendo um tratamento adequado na UPA, cujo serviço de saúde foi transferido para o Ciop ".

Jornal O Imparcial Tempo de espera na UPA é alvo de reclamações de pacientes

O promotor de Justiça, Mario Coimbra, autor do documento, requisitou esclarecimentos do consórcio, e deu cinco dias para que as partes interponham recurso sobre a abertura da investigação. De acordo com o representante do MPE, se irregularidades forem constatadas, o consórcio poderá ser afastado da gestão da unidade.

 

Tempo de espera


Segundo o diretor-executivo do Ciop, Valter Martins, atualmente o consórcio conta com 58 médicos credenciados para plantões, sendo que três profissionais atuam por dia na UPA, das 7h às 19h, e dois das 19h às 7h. Eles são socorristas e, além dos médicos, outros 106 funcionários trabalham no pronto-atendimento. São realizados por dia, em média, 380 atendimentos. Porém, segundo pacientes atendidos pela UPA, os médicos que prestam serviço não têm sido suficientes para suprir a demanda de atendimentos. Na tarde de quarta-feira, por exemplo, pelo menos 50 pessoas aguardavam ser atendidas no saguão principal da unidade.

Sobre o tempo de espera, o diretor expõe que ele  não é estipulado pela gestora, mas segue um padrão de classificação de riscos internacional do Manchester, na qual todo paciente que adentra a unidade é avaliado por enfermeiros treinados, quando são aferidos os sinais vitais e o paciente é classificado conforme o seu quadro.

Os pacientes classificados com a cor azul apresentam casos mais simples que poderiam ser resolvidos nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) ou nas ESFs (Estratégias de Saúde da Família), cujo tempo poderá ser de até quatro horas de espera; a cor verde é para casos de gravidade moderada, e o tempo de espera é de até duas horas. Já os casos de urgência, que recebem a cor amarela, podem aguardar até 30 minutos. Os  casos mais graves são classificados com a cor vermelha e devem ter atendimento imediato e encaminhamento direto pra a sala de emergência.

Valter pontua que é necessária a conscientização da população para que os casos mais simples sejam resolvidos nas UBS ou nas ESFs, que hoje não trabalham mais com agendamento e possuem disponibilidade para atender a livre demanda. Apenas os casos que não podem ser solucionados nestas unidades devem ser encaminhados para as unidades de pronto-atendimento.

 

SAIBA MAIS

UPA DO ANA JACINTA


Inaugurada em 7 de maio, a UPA do Ana Jacinta foi construída por meio de recursos do governo federal, por meio do Ministério da Saúde. No total, a obra custou R$ 2.551.606,13, sendo R$ 2 milhões provenientes da União e R$ 551.606,13 como contrapartida da Prefeitura de Prudente. Desde que foi estabelecida, a unidade passou a ser administrada pelo Ciop.

 
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